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BrBRCVHe0034-71672004000600012

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National varietyBr
Year2004
SourceScielo

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A prevalência da tuberculose no estado do Acre PESQUISA/RESEARCH/INVESTIGACIÓN

A prevalência da tuberculose no estado do Acre*

The prevalence of tuberculosis in the state of Acre

El predominio de la tuberculosis en el estado de Acre

Analdemyra da Costa MoreiraI; Myllianne da Silva SanchezI; Suzianny da Silva MoreiraI; Creso Machado LopesII IAlunas do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Acre IIEnfermeiro. Professor Doutor do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Acre E-maildo autor: creso@ufac.br

1 Introdução A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, a qual é transmitida predominantemente pelas vias aéreas, esta acomete principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos e tecidos.

O contágio, quase sempre está relacionado a proximidade com o doente em casa, ocorrendo também em ambientes fechados como no local de trabalho, salas e espaços refrigerados.

Atualmente sabe-se que a simples exposição do sadio, ou seja, a sua presença como receptor no processo de transporte do bacilo, não constitui por si condição suficiente para produzir-lhe a doença. Esta para eclodir em um dado organismo, requer alguns fatores intrínsecos e extrínsecos e cujo conjunto estrutura a sua suscetibilidade e gravidade. Está, portanto, associada ao desemprego e ao subemprego, baixo grau de escolaridade, alimentação deficiente e insuficiente, habitação insalubre e a outros fatores associados à pobreza, constituindo-se uma enfermidade de condicionamentos sociais(1).

Pode-se dizer que a prevalência da tuberculose será tanto maior quanto mais precária for a qualidade de vida de uma população, além da deficiência na alimentação, moradia e saneamento básico.

Desta forma, a tuberculose é um problema prioritário de saúde pública, pois em 1999, três milhões de pessoas, no mundo inteiro, morreram por tuberculose, e que segundo a Organização Mundial de Saúde OMS, ocorre aproximadamente oito milhões de novos casos por ano no mundo e existem quase dois bilhões de indivíduos infectados, a maioria dos quais vivem em países em desenvolvimento.

No Brasil em 1999 foram notificados 78.870 novos casos de tuberculose em suas diversas formas e estima-se que anualmente ocorram 120 mil casos novos por ano e destes apenas cerca de 80 a 90 mil são notificados(1).

Em 1941, foi criado o Serviço Nacional de Tuberculose com objetivo de estudar o problema da tuberculose, sua magnitude e medidas de controle. Em 1946 surgiu a Campanha Nacional de Tuberculose(2). Em 1970 o serviço se transforma na Divisão Nacional da Tuberculose -DNT e em 1976 em Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária - DNPS, havendo grande perda da autonomia dos serviços e financeira.

Prosseguindo, no ano de 1981, a execução do controle da tuberculose é transferida para as Secretarias Estaduais através do convênio INAMPS/Ministério da Saúde/Secretarias Estaduais da Saúde. Em 1990, ocorre uma desestruturação no programa de controle da doença, quando o Governo Collor, tendo em vista reduzir gastos e descentralizar a administração para os estados, extinguiu a Campanha Nacional da Tuberculose. E em 1994, é proposto um plano emergencial para o País, que foi implantado apenas em 1996, que selecionava 230 municípios para implementação das atividades de controle da doença. Este plano causou pouco impacto. Finalmente em 1998, vem à tona a calamidade da situação epidemiológica da tuberculose no mundo, e no Brasil. Assim, em outubro desse mesmo ano foi lançado o Plano Nacional de Controle da Tuberculose, ampliando as ações em todo o âmbito nacional para os 5.500 municípios, e que está em execução.

A tuberculose constitui-se um problema em saúde pública nos países em desenvolvimento pelas condições favoráveis que eles apresentam, entre eles as precárias condições de vida, o surgimento da epidemia de AIDS e fatores relacionados a programas de controle pouco eficientes, sendo que a epidemia de AIDS também atinge os países desenvolvidos(3).

Em 1995 cerca de 1/3 dos 15 milhões de indivíduos infectados pelo HIV no mundo estavam co-infectados pelo M. tuberculosis. Setenta por cento dos indivíduos co-infectados viviam na África, 20% na Ásia e 8% na América Latina. A infecção pelo HIV aumenta a suscetibilidade à infecção pelo M. tuberculosis. Em um indivíduo infectado pelo M. tuberculosis, o HIV passa a ser um importante co- fator na progressão da tuberculose infecção para doença. A notificação de casos de tuberculose tem aumentado em populações onde a co-infecção HIV e M.

tuberculosis é freqüente(4).

No Brasil, a tuberculose é a terceira infecção oportunista mais freqüente no momento do diagnóstico de casos de AIDS. Em 1984, esta associação correspondia a 13,3% dos casos de AIDS, em julho de 1993, a associação elevou-se para 18,9%.

Havia uma projeção do Ministério da Saúde de que no período de 1993 a 1995, apareceriam 87.000 casos novos de AIDS, dos quais 20 a 40% poderiam desenvolver tuberculose(5).

O abandono do tratamento, a subnotificação e o alcance de casos novos serve de indicadores para avaliação do Programa de Controle da Tuberculose.

Desta forma, acredita-se que poucas são as pesquisas realizadas sobre a tuberculose no Acre, especificamente, a não ser trabalhos acadêmicos. Mas, presume-se que, como em todo o país, a incidência da tuberculose tende a aumentar devido também à presença de outros fatores agravantes. E por ser, atualmente, a tuberculose uma doença que se alastra no mundo e pela importância da verificação de sua incidência como método de avaliação do Programa de Controle da Tuberculose do Acre - PCT é que a mesma foi tomada como tema desta pesquisa, para se verificar como esta realidade se apresenta, e que de posse dos dados propor medidas conjuntas de ação.

2 Objetivos 2.1 Geral Estudar a prevalência da tuberculose no Estado do Acre, no período de 1995 a 2001.

2.2 Específicos Verificar a evolução da ocorrência de casos notificados de tuberculose e coeficiente por 100.000 habitantes; levantar as formas clínicas da tuberculose e co-infecção TB/AIDS e HIV/TB; identificar a distribuição dos casos notificados da tuberculose segundo a faixa etária; analisar a cobertura, sintomáticos e tratamento dos casos notificados de tuberculose; e ampliar os conhecimentos sobre a tuberculose e o Programa de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, no Estado do Acre.

3 Material e método Os dados foram levantados de forma manual junto aos formulários do Serviço de Arquivo da Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose no Acre - PCT, integrado ao Departamento de Ações Básicas de Saúde - DABS da Secretaria de Saúde e Saneamento do Estado do Acre - SESSACRE.

De acordo com os dados coletados foi feita a análise dos níveis de incidência de tuberculose no Acre no período de 1995 a 2001, sua distribuição quanto a forma clínica, divisão por faixa etária, número de óbitos, tratamento, abandono, cobertura populacional do PCT e coeficiente de incidência. Também foi estabelecido a relação entre o surgimento de casos de tuberculose com a epidemia de AIDS e verificado a ocorrência no período.

A coleta dos dados foi realizada nos meses de março e abril de 2002. O trabalho é de caráter descritivo, fazendo-se uma análise quantitativa, com apresentação de gráficos, tabelas com distribuição de freqüência e percentual dos dados numéricos.

4 Análise e discussão dos resultados A incidência de uma patologia refere-se à proporção de casos novos em uma população delimitada durante um período determinado de tempo. A análise dos dados obtidos acerca da tuberculose, mostra que a incidência dessa doença no Estado do Acre tem se mantido em um nível quase constante com uma média de 343,7 casos novos por ano no período de 1995 a 2001. Os anos de 1998 e 1999 foram os que apresentaram o maior número de casos notificados com um certo decréscimo nos dois anos subsequentes, cujos casos notificados e coeficiente por 100.000 habitantes, podem ser observados na Tabela_1 e a evolução dos casos na Figura_1.

O ano de 1996 apresentou o maior coeficiente 82,2, seguido dos anos de 1998 (73,5) e 1999 (71,4). Se considerar o coeficiente de incidência dos anos de 95, 96, 97 e do ano de 99 e comparar com o coeficiente de incidência do Brasil para os mesmos anos, encontrou-se 58,6; 54,7, 51,7 e 48,0 respectivamente, onde nota-se que os percentuais encontrados no Acre são bem superiores ao do Brasil (2).

Ao discorrer sobre as formas clínicas da tuberculose, a pulmonar excede significativamente os casos de tuberculose extrapulmonar, representando cerca de 90% e 10% dos casos, respectivamente, no período em questão. Tais dados podem ser visualizados na Tabela_2 e a evolução dos casos na Figura_2.

Os 237 casos de tuberculose extrapulmonar distribuem-se entre meningite e outras - que incluem as formas óssea, urinária, ocular, ganglionar, cutânea, miliar, pleural, apresentadas na Tabela_3.

No decurso de 1995 a 1998 foram 39 casos de tuberculose pleural, 40 casos de localização ganglionar periférica, 14 casos de tuberculose urinária e 11 casos de tuberculose óssea. Essa distribuição foi possível nesses quatro anos, que os dados restantes conseguidos não especificavam a localização.

De acordo com dados de análise multivariada geradas pela Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária CNPS-FNS em 1996 indicam que não foi observado na Região Norte recente aumento da incidência de tuberculose, observado nas área urbanas das Regiões Sul e Sudeste, devido provavelmente à piora das condições sócio-econômicas e a eventos associados à pesquisa de AIDS(6). Em 1995, a macrorregião norte continuava a apresentar coeficientes estáveis, porém altos, de ocorrência de tuberculose, mostrando a maior incidência de tuberculose pulmonar bacilífera (40 casos por 100.000 habitantes) entre as macrorregiões.

Esse coeficiente se encontra bem acima da média nacional para o mesmo período (29/100.000 habitantes).

Prosseguindo nas descrições, o Estado do Amazonas apresentou os maiores coeficientes de incidência de tuberculose pulmonar e extrapulmonar da região em 1995. Salientamos, ainda, que no mesmo período a ocorrência de tuberculose pulmonar nesse estado foi superada apenas pelos Estados do Rio de Janeiro e do Piauí. No caso da tuberculose extrapulmonar, o mesmo coeficiente foi superado apenas por São Paulo, Rio Grande do Sul e pelo Distrito Federal.

Em virtude disto, o Plano Emergencial de Controle da Tuberculose- PECT selecionou municípios de "alto risco", os quais são necessários à implementação deste programa, onde todas as capitais dos Estados da Região Norte e da Amazônia Legal fizeram parte dos municípios prioritários.

Com relação aos Estados do Acre e de Rondônia, cerca de 1/3 foram incluídos entre os prioritários (27% e 30%, respectivamente).

Dos dados obtidos, ainda foi possível fazer a distribuição dos casos novos, notificados nesses sete anos dentro das diversas faixas etárias, conforme demonstrados na TABELA_4, onde pode-se observar que a maior incidência de tuberculose foi na faixa de 20-29 anos com 570 (23,7%) dos casos, e que se somar as faixas de 20-49 anos, totalizam 1.347 (56,0%) dos casos no período estudado.

Vale ressaltar também o número de casos na faixa etária de 60 anos e mais, onde obteve-se 412 (17,1%), o que mostra que esta faixa necessita ser melhor trabalhada, identificar suas possíveis causas, implementar a imunização contra gripe prevenindo assim as possíveis complicações pulmonares.

Diante desses dados, nota-se que essa doença foi representativa na faixa da população economicamente ativa, com graves reflexos no trabalho, na produção, na economia e no consumo do País. Assim, esses dados nos faz pensar na necessidade de se intensificar as ações tanto nesta faixa, como na dos idosos.

Com os dados obtidos foi possível a distribuição quanto à faixa etária, forma clínica e sexo, no entanto, apenas no período de 1998 a 2001, de acordo com a Tabela_5. Verifica-se que o sexo masculino é o mais acometido pela doença sempre com um número maior de casos, chegando no ano de 2000 a representar 58,2% dos casos, em relação ao sexo feminino.

O resultado do tratamento da tuberculose no Brasil é preocupante, pois nos anos de 1994 e 1995 a taxa de cura esteve em torno de 76,0% e de abandono 15,0%(3).

Através dos dados obtidos pelo Programa de Controle da Tuberculose do Acre, verificou-se a situação no nono mês após o diagnóstico dos casos notificados no período de 1995 a 2001, conforme Tabela_6.

De acordo com os dados constantes na Tabela_6 o ano de 1995 apresentou o menor número de casos de tratamento encerrado nos sete anos estudados (91 casos com percentual de 94,8%). O ano de 2001 registrou maior percentual de cura, 77,3%.

Com esses índices a taxa de cura dos casos notificados não atinge o preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 85,0%(3). A média da taxa de cura do total dos anos estudados, foi de 71,0%.

Quanto ao abandono do tratamento, esse apresentou elevado percentual: 32,3% no ano de 1995 e em 2001 registrou-se a menor taxa que foi de 14,8%, mas que mesmo assim, este período apresentou um considerável decréscimo.

Com relação ao óbito, o menor percentual foi no ano de 1995 com 1,0% e o maior no ano de 1997 com 7,0%.

A tuberculose é a única enfermidade ligada ao HIV que é transmissível à população como um todo. A infecção pelo HIV causa uma progressiva redução na resposta unicelular do indivíduo tornando-o predisposto a adquirir uma gama de infecções ditas oportunistas. Nas regiões com alto risco anual de infecção e prevalência da tuberculose também é descrito que a infecção causada pela tuberculose primária, deverá ter um curso mais agressivo em pacientes soropositivos para o HIV. Com a imunodepressão induzida pelo HIV, os casos de tuberculose vem aumentando e os esforços de controle desta enfermidade tem sido afetados negativamente(5).

Na Tabela_7 foi possível estabelecer a ocorrência de co-infecção entre TB/AIDS e HIV/TB no Acre segundo grupo etário nos anos de 1998 e 2001.

Durante esse período foram notificados apenas cinco casos de co-infecção, o que pode demonstrar falhas no serviço de notificação.

Através do levantamento dos dados sobre a tuberculose no Acre, foi possível analisar as ações do Programa de Controle da Tuberculose PCT, bem como a cobertura do programa na população acreana, como mostra a Tabela_8.

Observa-se que em todos os anos a cobertura da população esteve dentro da faixa de 90% (variando entre 91,0% a 94,0%). Nota-se também que ao longo dos anos o número de municípios com atividades de controle da tuberculose foi aumentando muito timidamente, tendo um decréscimo em 1998, sendo que dos 22 municípios existentes no Estado do Acre, 6 (27,3%) ainda não possuem nenhuma ação de controle da tuberculose, o que mostra que a meta do Plano Nacional de Controle da Tuberculose - 1998 (a de implementar a cobertura do programa para 100% dos municípios) ainda não foi alcançada no estado.

Prosseguindo, pode-se dizer que o maior objetivo do Programa de Controle da Tuberculose é identificar e tratar os casos de pulmonares bacilíferos que esta é a única forma de interromper a cadeia de transmissão com diminuição do número de casos. Anualmente o programa local estabelece metas de alcance dos sintomáticos respiratórios e de acordo com essas metas programam suas ações.

A Tabela_9, por sua vez, mostra as metas estabelecidas para cada ano estudado e demonstra o nível de alcance das mesmas.

Anualmente o número estimado de sintomáticos respiratórios tem crescido. No entanto, apenas no ano de 96 o programa teve êxito em suas ações ultrapassando a meta de examinados alcançando um percentual de 131,6%. O ano de 97 foi o de menor desempenho do programa evidenciando falha nas ações, com 43,2%.

Contrariamente, o número de casos novos estimados tem diminuído no decorrer dos anos o que não condiz com a situação emergente da tuberculose. De acordo com a tabela apesar de no ano de 1999 o número de casos examinados encontrar-se abaixo do estimado foram encontrados 100,1% dos casos novos estimados ultrapassando a meta.

Fazendo-se uma análise mais ampla dos dados, pode-se dizer que a tuberculose no Acre, como em todo o mundo constitui-se um problema que tende a agravar-se com o passar dos anos. A epidemia de AIDS, as condições sócio-econômicas da população, o abandono do tratamento e a conseqüente obtenção e transmissão de bacilos resistentes ao medicamento, representam fatores agravantes que desencadeiam o aumento da incidência.

A análise dos dados sobre a tuberculose nos anos estudados não indica controle da tuberculose no Acre, mas sim uma possível falha no desempenho do programa, pois a baixa divulgação de conhecimentos a respeito da doença e a diminuição da busca de casos novos reduzem o nível de sua eficácia e não permitem que suas metas, programadas de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, sejam alcançadas. Isto pode ser exemplificado no ano de 1997 que apresentou o menor índice de alcance dos casos novos estimados, mostrando também que foi o ano onde o programa apresentou menor grau de eficácia, havendo assim, redução no alcance de bacilíferos positivos.

Quanto a apresentação da doença por sua forma clínica e por faixa etária, percebe-se a prevalência da tuberculose pulmonar em relação às suas outras formas. No entanto, a tendência ao surgimento da forma extrapulmonar não é de diminuição. E nota-se também, que a maior incidência de tuberculose no Acre é em adulto jovem, sendo que no estado a doença não atinge muito às crianças.

5 Conclusões Pelo conhecimento obtido através do estudo sobre a tuberculose para a realização deste trabalho pode-se afirmar que esta é uma doença muito preocupante. Não como eliminar o bacilo de todos os indivíduos infectados.

Das pessoas infectadas, 10% que desenvolvem a doença funcionam como multiplicadores da infecção, contribuindo para a manutenção dos índices da enfermidade. Um caso de tuberculose sempre vem de um outro caso de tuberculose, por isso as ações de controle devem ser voltadas a descoberta e tratamento correto e completo dos casos positivos, interrompendo assim a cadeia de transmissão.

No Estado do Acre, assim como nos demais, existe o Programa de Controle de Tuberculose - PCT responsável pelas atividades de controle que incluem a busca, a descoberta e o tratamento da doença. No entanto, as precárias condições de vida, o desemprego, a deterioração dos serviços de saúde e outros fatores, não permitem um alcance de 100% na atuação do programa. No Acre, muitos são os casos de abandono de tratamento, representando um fator agravante para a proliferação da doença e surgimento de bacilos resistentes.

Pelos dados apresentados, apesar de saber-se que o número de casos tende a aumentar, o desempenho do plano não consegue registrar todos os casos. No ano de 1998, o programa teve um melhor desempenho e foi quando conseguiu registrar um número maior de casos 378. Foi verificado também um índice reduzido de tuberculose nas crianças de 0-4 anos com 52, enquanto que nos adultos jovens, de 20-49 anos, encontrou-se 1.347 casos, representando 56,0% dos pacientes acometidos no Estado do Acre. Quanto as formas clínicas da tuberculose, verificou-se grande prevalência da forma pulmonar na população em relação a sua forma extrapulmonar.

No período de 1998 a 2001 verificou-se que o sexo masculino foi o mais acometido pela doença sempre com um número maior de casos, chegando no ano de 2000 a representar 58,2% dos casos notificados.

que se fazer também considerações a respeito da incidência de tuberculose na faixa etária de 60 e mais anos, onde encontrou-se 412 casos, representando 17,1%.

Com relação ao tratamento, a média da taxa de cura do total de casos notificados nos anos estudados foi de 71%, sendo que o Ministério da Saúde estabelece que essa taxa deve atingir 85% dos casos notificados. Quanto ao abandono de tratamento pode-se identificar a menor e a maior taxa (14,8% em 2001 e 32,3% no ano de 1995). Com relação ao óbito o menor percentual foi no ano de 1995 (1,0%) e o maior, no ano de 1997 (7,0%).

Á respeito da ocorrência de co-infecção entre TB/AIDS e HIV/TB, durante o período estudado foram notificados apenas cinco casos de co-infecção, o que pode demonstrar falhas no serviço de notificação.

Em se tratando da cobertura populacional, no que diz respeito às atividades do Programa de Controle da Tuberculose, observou-se que em todos os anos a cobertura da população esteve dentro da faixa de 90,0%, sendo que dos 22 municípios existentes no estado 6 (27,3%) ainda não possuem nenhuma ação de controle da doença.

No País, o Plano Nacional de Controle da Tuberculose tem como metas implementar a cobertura do PCT para 100,0% dos municípios; em três anos 2001 diagnosticar pelo menos 92,0% dos casos esperados e tratados com sucesso, pelo menos 85,0% dos casos diagnosticados e em nove anos 2007 reduzir a incidência, no mínimo a 50,0% e a mortalidade em 2/3(1).

Para atingir tais metas, é preciso que haja a participação de todos, inclusive da comunidade e uma intensificação dos programas de controle, de pesquisas, de informações, de educação, de prevenção da doença e sobretudo na formação e qualificação de recursos humanos.


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