Home   |   Structure   |   Research   |   Resources   |   Members   |   Training   |   Activities   |   Contact

EN | PT

BrBRCVHe0034-71672003000600022

BrBRCVHe0034-71672003000600022

National varietyBr
Country of publicationBR
SchoolLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0034-7167
Year2003
Issue0006
Article number00022

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Assistência de enfermagem em serviço pré-hospitalar e remoção aeromédica Assistência de enfermagem em serviço pré-hospitalar e remoção aeromédica

Nursing care in pre-hospital attendiment service and airmedical removal

Asistencia de enfermería en servicio pré-hospitalario y remoción aeromedica

Patrícia Kuerten RochaI;Marta Lenise do PradoII; Vera RadünzIII; Antônio de Miranda WosnyIV IEnfermeira, Especialista em Enfermagem em Emergência e Aluna da Especialização Modalidade Residência em Enfermagem UTI Pediátrica na UNIFESP IIEnfermeira, Doutora em Enfermagem, Docente do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFSC, Orientadora do trabalho IIIEnfermeira, Doutora em Enfermagem, Docente do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFSC, Co-orientadora do trabalho IVEnfermeiro, Doutor em Enfermagem, Docente do Departamento de Enfermagem da UFSC. E-mail do autor:

1 Introdução O atendimento de emergência surgiu da necessidade da retirada e assistência de combatentes feridos em campos de batalha. Concebido pelas guerras, foi também a partir destas que desenvolveu-se, inicialmente, com o emprego de transportes de tração animal, chegando, na atualidade, ao emprego de sofisticados aparelhos e veículos de locomoção aéreo ou terrestre. Atualmente, este tipo de assistência apresenta maior importância no atendimento à população civil, carente de cuidados médicos imediatos, no transcorrer do seu cotidiano.

A emergência pré-hospitalar objetiva atender o cliente de forma sistematizada e prática, implicando, assim, necessidade de uma equipe multidisciplinar que promova um rápido atendimento e transporte do paciente a um centro de atendimento adequado à saúde.

Reconhecendo as lacunas na formação e a importância do tema, esse estudo teve como objetivo, entre outros, de prestar assistência de enfermagem à clientela em serviço de emergência pré-hospitalar (transporte e resgate terrestre) e remoção aérea, buscando conhecer aspectos relacionados com a organização dos recursos humanos e materiais de um serviço desta natureza.

Em virtude da grande prevalência de intercorrências que necessitam de um atendimento emergencial e ao grande impacto sócio-econômico destas situações que atingem, principalmente, a população economicamente ativa, torna-se imprescindível a busca constante de avanços nesta área, minimizando, assim, as conseqüências destas circunstâncias.

2 Emergência pré-hospitalar, remoção aérea e a assistência de Enfermagem Ferreira conceitua emergência como uma situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito, incidente.

Em uma emergência, a Enfermagem deve estabelecer prioridades de assistência de acordo com a avaliação preliminar, garantindo assim a identificação e o tratamento das situações que ameaçam a vida do paciente. De forma que consideramos relevante que a enfermeira de emergência tenha presente, nesta situação, arte, habilidade, conhecimento, emoção, sentido; vivencie e compartilhe informações para um processo rápido, preciso, hábil e eficiente ao prestar assistência de Enfermagem. Além de prestar uma assistência globalizada ao ser humano e família(2).

O tempo que transcorre da hora do trauma até os primeiros procedimentos tem sido considerado um fator crítico. Cunningham(3) descreve que a primeira hora, imediatamente após o trauma, é um período em que a ressuscitação e a estabilização são consideradas mais benéficas para o paciente, a chamadagolden hour. Também encontraram que a morte por trauma tem uma distribuição trimodal: - logo após o acidente: por laceração do cérebro, do tronco cerebral, da aorta, entre outros; - primeiras horas após o acidente - a "golden hour": por hematoma subdural e epidural, hemopneumotórax, laceração do fígado, entre outros; - dias a semanas após o acidente: por sepse e insuficiência de múltiplos órgãos.

De certa forma, foram as guerras que impulsionaram e aprimoraram os serviços de atendimento pré-hospitalar e resgate, em decorrência da necessidade de atendimento rápido e eficaz que garantisse a sobrevivência dos combatentes.

O Dr. Baron Dominique Jean Larrey foi o primeiro a reconhecer a necessidade de uma rápida avaliação de um paciente traumatizado. Durante a Revolução Francesa, veículos eram usados para atender os combatentes feridos e facilitar a avaliação cirúrgica e os cuidados(4). Em 1870, durante a guerra Franco- Prussiana foram relatados os primeiros casos de remoção aeromédica, 160 feridos foram resgatados por balões de ar quente(5). em 1908 os irmãos Wilbor e Orville Wright iniciaram seus primeiros vôos com o Zepelin VII, transportando pessoas acidentadas(6).

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) as forças sérvias, francesas e americanas utilizaram aviões para remover feridos(7). Em 1918, a Força Aérea Médica Real Britânica formulou e organizou um sistema de transporte para traumatizados. Iniciaram o uso do helicóptero para transporte de soldados feridos durante a Campanha da Somália em 1920. No mesmo ano, na França, foram usados helicópteros especificamente como ambulância,. A Austrália em 1933 contou com seu primeiro serviço aeromédico o Royal Flying Doctor Service(6).

Durante a Segunda Guerra Mundial, as Forças Aliadas transportaram cerca de um milhão de pacientes usando serviços de evacuação através de aviões aeromédicos (4).

O uso de helicóptero como um transporte de salvamento foi intensificado a partir de 1940. Em 1944, a direção dos Generais Cirurgiões exigiu que os soldados feridos fossem transportados por helicóptero, promovendo o desenvolvimento deste método de transporte(4). Principalmente de 1939 a 1945, ou seja, durante a II Guerra Mundial houve um grande avanço para a Enfermagem norte-americana, pois os feridos eram removidos em aviões de carga, com três leitos cada, assistidos por flight nurses 1. O enfermeiro estava ligado ao Exército e à Marinha, os quais possuíam cerca de 69.000 destes profissionais. Estes desenvolviam suas atividades como membros das Forças Armadas, no fronte, em hospitais de campanha e nas bases ferroviárias e terrestres(6).

Durante a Guerra da Coréia (1950) e a do Vietnã (1962-1973), aviões e helicópteros eram usados para evacuação aeromédica do campo de batalha(4). Foi observada uma redução da mortalidade, apesar dos potentes armamentos empregados, sendo isto atribuído a um tratamento definitivo do ferido, efetuado em menor tempo, além do que o helicóptero Bell 205, devido ao seu grande espaço interno, permitiu o tratamento das vítimas em trânsito com técnicas de suporte de vida(7).

Durante a Guerra da Coréia, pode-se observar o reconhecimento dos militares às flight nurses, pois a presença do enfermeiro, na região de conflito, era obrigatória; aproximadamente 10000 feridos foram removidos por tais profissionais, através dos helicópteros da marinha. Na Guerra do Vietnã, 5000 enfermeiros serviram, colaborando na remoção de aproximadamente um milhão de pessoas (militares e civis)(6).

O primeiro hospital-base de serviços com helicópteros foi estabelecido no St.

Anthony Hospital, em Denver, Colorado, 1972. Em 1984, o Hospital de Aviação (agora Jornal de Transporte Aeromédico) começou transportando, por avião e helicópteros, pacientes de hospitais filiados(4). Atualmente, nos Estados Unidos da América (EUA), existem aproximadamente 250 programas de transporte aeromédico(7).

3 O atendimento pré-hospitalar e aéreo no Brasil No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré- hospitalar data de 1893, quando o Senado da República aprovou uma Lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de Janeiro, no momento capital do país(8).

Um dos programas pioneiros de socorro extra-hospitalar aeromédico foi iniciado em 1988, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, em associação com a Coordenadoria Geral de Operações Aéreas do Estado (CGOA).

Sendo que este programa efetuou 1.300 atendimentos de sua inauguração a julho de 1999(7).

O serviço aeromédico no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligado à Força Aérea Brasileira (FAB) e à Polícia Militar Estadual, porém esse serviço, destina-se ao resgate e salvamento, eventualmente realiza remoções secundárias, ou seja, inter-hospitalares(6). Estima-se que desde o advento do transporte aeromédico 73.000 a 1.000.000 de pessoas tenham sido salvas(9).

O serviço pré-hospitalar, desenvolvido no Brasil, atua baseado em duas correntes metodológicas: o sistema europeu e o sistema americano O SAMU tem origem francesa e foi criado por anestesistas intensivistas e emergenciais devido à necessidade da assistência pré-hospitalar, pois os pacientes chegavam ao hospital muitas vezes com piora do caso ou mesmo mortos, por não receberem atendimento precoce e adequado. Este sistema tem como referencial o médico, tanto na Regulação do Sistema, como no atendimento e monitoramento do paciente, até a recepção hospitalar. É um serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado e regionalizado, possuindo comunicação direta com os Centros Hospitalares. o sistema norte americano trabalha com paramédicos (com um período de formação de três anos após o segundo grau). Os paramédicos começaram a desenvolver suas atividades nos EUA, devido a Guerra do Vietnã, pois havia necessidade de atendimento médico e como não era possível contar com a presença médica, em todas as frentes de combate, alguns soldados foram treinados para realizarem a assistência necessária No Brasil, a implantação de serviços pré- hospitalares, municipais e estaduais, vem escolhendo o modelo metodológico de acordo com suas realidades, demandas, perfis, morbi-mortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros(8,9).

4 Atendimento pré-hospitalar e remoção aérea - reconhecendo uma realidade Para o desenvolvimento das atividades assistenciais durante a realização do Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal de Santa Catarina, no segundo semestre de 2000, fez-se a escolha por um serviço de atendimento pré- hospitalar e remoção aérea, que oferecia as condições necessárias para a realização das atividades previstas, tendo aceitado a realização do trabalho proposto, sendo neste artigo denominado de Empresa.

No Brasil, as normas para o atendimento, em nível pré-hospitalar, tem sido estabelecidas pelo Ministério de Estado da Saúde, através de Portarias regulamentadoras dessa atividade. O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência-emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o agravo à sua saúde, agravo este que possa levar à deficiência física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. A preocupação com o atendimento pré-hospitalar no Brasil começa, portanto, a envolver os profissionais de saúde e os setores governamentais e requer, por ser uma área nova de atuação, a implementação de estudos acerca da adequação dos serviços, sua eficácia e eficiência.

5 Reconhecendo a estrutura organizacional Chiavenato(10) descreve que, administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços dos membros da organização e de utilizar todos os recursos disponíveis para alcançar objetivos organizacionais previamente estabelecidos. Estes recursos incluem o capital, o trabalho, informação e tecnologia.

No planejamento de serviços de saúde, o administrador estabelece suas metas, para possíveis conquistas, necessitando, assim, de dados concretos, para o que a epidemiologia desempenha papel fundamental. Conhecer o perfil do serviço aprofunda a compreensão e amplia a visão do responsável.

O reconhecimento das características da clientela da Empresa foi realizado através do levantamento do perfil do cliente, sendo o mesmo, feito para os três convênios com que a Empresa trabalha, porém exposto neste artigo o de maior número de clientes (denominado fantasiosamente de UNI). Este levantamento se baseou em uma compilação de dados das fichas de atendimento de dezembro de 1999 a março de 2000, buscando-se o provável diagnóstico de saúde, sexo, idade do cliente e o número de atendimentos realizados. O diagnóstico contido nas fichas de atendimento foram classificados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças - CID-10.

Constatou-se um total de 6.560 atendimentos da UNI, sendo 3723 (56.7%) mulheres e 2827 (43.3%) homens, destes atendimentos 1004 (15.3%) eram emergências/ urgências, a maior incidência foram as doenças do aparelho digestivo 164 (16.3%), seguido das lesões, envenenamento e outras conseqüências de causas externas, como traumatismos acidentais 161 (16%) e as doenças do aparelho respiratório 96 (10%).

A partir do levantamento da faixa etária dos clientes atendidos, pode-se constatar que a maioria encontra-se entre 60 e 80 anos com um total de 300 (29.9%), seguido de crianças menores de 15 anos 130 (13.0%). Observamos assim, a necessidade de incrementar a assistência, através da capacitação específica dos profissionais para o atendimento e transporte dessa clientela, reconhecendo suas características, especialmente no tocante as patologias com maior incidência nessas faixas etárias.

Através deste levantamento, observou-se, com maior clareza, a necessidade de qualificação tanto em recursos materiais como humanos, para atender esta demanda com maior eficiência e eficácia.

6 Recursos Humanos Os Serviços de Atendimento Pré-hospitalar e remoção aérea requer uma equipe multiprofissional, geralmente, composta por profissionais da saúde como médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e outros profissionais, como motorista e piloto, para atuação nas unidades móveis, bem como outros profissionais para atuação na base. Cada membro da equipe multiprofissional possui uma função, devendo trabalhar em conjunto, visando um objetivo, ou seja, o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e sua família. A composição desta equipe, entretanto, varia de situação para situação, dependendo da capacidade e tipo de serviço disponibilizado. Todavia, independente disso, a chave para o sucesso do serviço de atendimento pré-hospitalar e remoção aérea é a seleção e o treinamento da equipe de saúde (11).

O serviço de atendimento pré-hospitalar pode ser constituído por uma ou mais unidades de atendimento, dependendo da população a ser atendida. Por unidade, entende-se uma ambulância dotada de equipamentos, materiais e medicamentos, guarnecida por uma equipe de, pelo menos, dois profissionais, treinados para oferecer suporte básico de vida sob supervisão e condições de funcionamento pré-hospitalar.

A Empresa era particular, fundada em 1995, com sede na região sul do Brasil, com um total de 350.000 clientes cadastrados, possuindo 2 bases terrestres e 1 aérea, tendo um total de 18 ambulâncias simples, 5 ambulâncias UTI's e 1 aeronave (Citation 1). Seu quadro de pessoal consta de 1 enfermeira (Supervisora Geral), 10 equipes diárias de auxiliar ou técnico e motorista (sendo que todos os motoristas estavam fazendo curso de socorrista) para as ambulâncias simples e 5 destas equipes no período noturno, além de 3 a 4 equipes diárias e noturnas de médicos e técnicos (quando possível a enfermeira) para as ambulâncias UTI, e o médico regulador.

7 Recursos Materiais A administração dos recursos materiais e equipamentos tem como objetivo, garantir as propostas da empresa e um atendimento adequado de qualidade e livre de riscos. As atividades dos administradores em relação aos materiais e equipamentos de uma empresa são a previsão, a aquisição, transporte, recebimento, armazenamento, conservação, distribuição e controle.

A Empresa em questão, não mantém estoque de materiais e medicamentos em grande quantidade, que sua demanda assim não o requer. Entretanto, percebeu-se que o controle dos mesmos precisava ser reorganizado. Para tanto adotou-se o recurso do check list 2, a partir dos existentes, da elaboração dos kits(kitsutura/pequena cirurgia e kitsondagem vesical) e da revisão da maleta de PCR. Para as ambulâncias simples estabeleceu-se check lists uniformes; para as UTIs estes divergiram em alguns pontos, devido aos equipamentos diferentes que estas requerem, assim como o check list da aeronave.

8 Esterilização e desinfecção de materiais e equipamentos As condutas para esterilização e desinfecção de artigos e superfícies em serviços de saúde são normatizadas pela Portaria n. 930/1992, que trata do controle de infecção hospitalar, definindo métodos e produtos químicos para limpeza, desinfecção e esterilização(12). A esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida microbianas (bactérias nas formas vegetativas esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e químicos.

A limpeza deve ser realizada com água e sabão ou detergente, em superfícies fixas, promovendo a remoção da sujeira e do mau odor e reduzindo a população microbiana. Segundo o Ministério da Saúde(12), a limpeza de artigos poderá ser feita por qualquer das seguintes alternativas: fricção mecânica, utilizando água e sabão, auxiliada por esponja, pano, ou máquina de limpeza com jatos de água quente e detergente, ou ainda, máquinas de ultra-som com detergente/ desencrostantes.

a descontaminação de artigos poderá ser feita por qualquer uma das seguintes alternativas(12): fricção auxiliada por esponja, pano, escova, embebidos com produtos para esta finalidade, ou imersão completa do artigo em solução desinfetante acompanhada ou não de fricção com escova/esponja, ou pressão de jatos d'água com temperatura entre 60 e 90 graus centígrados, durante 15 minutos (máquinas lavadoras sanitizadoras, esterilizadoras de alta pressão, termodesinfetadoras e similares), ou imersão do artigo na água em ebulição por 30 minutos, ou autoclavagem prévia do artigo ainda contaminado, sem o ciclo de secagem.

Na Empresa os materiais antes de serem enviados à esterilização são submetidos ao processo de limpeza, sendo desconectados, escovados, lavados e colocados em detergente enzimático. Este tipo de detergente biodegradável é composto por enzimas e surfactantes não-iônicos (de pH neutro), destinados a digerir e dissolver sangue, fezes, entre outros. Após, o material é lavado em água corrente e seco com pano limpo, exceto os intermediários que são secos com ar comprimido. A esterilização do material do Serviço é realizada por uma empresa terceirizada, que emprega óxido de etileno.

Os materiais e superfícies que não são encaminhados para a esterilização sofrem o processo de desinfecção, o qual, consiste em um processo de destruição de microorganismos em forma vegetativa, mediante aplicação de agentes físicos ou químicos. Artigos e superfícies fixas com presença de matéria orgânica devem sofrer este processo. A desinfecção pode dar-se por agentes físicos ou químicos (13).

9 Reconhecendo a importância do papel do Enfermeiro A partir dessa experiência constatou-se a importância do profissional Enfermeiro na área de emergência pré-hospitalar e remoção aeromédica como um todo, apesar de ainda ser uma área incipiente de atuação profissional.

O profissional desta área deve demonstrar equilíbrio emocional e domínio técnico adequado, mesmo em situação de estresse. Devido, ao fato da equipe trabalhar em um campo restrito, muitas vezes em condições inadequadas (espaço, tempo, equipamento e materiais), observou-se que necessidade dos profissionais de serviços pré-hospitalares passarem por uma formação adequada, realizarem programa de educação em serviço e reciclagens na área e terem conhecimento específico destas atividades.

A formação de enfermagem deveria contemplar temas relativos ao atendimento pré- hospitalar e a remoção aeromédica como parte do currículo de nível médio, da graduação e da pós-graduação uma vez que estes campos de trabalho estão ganhando lugar no mercado e os profissionais precisam estar preparados para esta demanda. Além disto, estudos tem demonstrado uma redução da mortalidade provocada por aquelas causas cujo atendimento adequado e rápido pode garantir a sobrevivência (como infarto agudo do miocárdio, traumatismo crânio encefálico), apontando para um serviço em expansão em todo o mundo. As especificidades de serviços dessa natureza requerem, inclusive, que os profissionais estejam preparados, inclusive no tocante a administração de recursos materiais e recursos humanos.

O campo de atendimento pré-hospitalar no Brasil está em expansão, tendo em vista, inclusive, os elevados índices de mortalidade e morbidade ligados as causas externas, a maior incidência de doenças agudas do aparelho respiratório e circulatório. Esta realidade impõem à Enfermagem um desafio no sentido de cobrir uma demanda em expansão, com competência técnica e conhecimentos específicos, a fim de garantir uma assistência pré-hospitalar e remoção aeromédica capaz de contribuir com a sobrevida e redução de seqüelas.


Download text