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BrBRCVHe0034-71672004000600014

BrBRCVHe0034-71672004000600014

National varietyBr
Country of publicationBR
SchoolLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0034-7167
Year2004
Issue0006
Article number00014

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Redução das questões de uma escala de medida de opinião PESQUISA/RESEARCH/INVESTIGACIÓN

Redução das questões de uma escala de medida de opinião*

Reduction in the number of questions of a scale designed for measuring opinions

Reducción del número de cuestiones de una escala de medida de opinión

Vera Lúcia Mendiondo OsinagaI; Antônia Regina Ferreira FuregatoII; Jair Licio Ferreira SantosIII IEnfermeira. Doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica pela EERP - USP IIEnfermeira. Professora Titular do Depto Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da EERP - USP IIIEnfermeiro. Professor Titular do Depto de Medicina Social da FMRP - USP E-mail do autor: furegato@eerp.usp.br

1 Introdução O processo de validação de um teste, inicia-se com a formulação de definições detalhadas do constructo, derivadas de teoria psicológica, de pesquisa anterior ou de observação sistemática e análises do domínio relevante do comportamento (1).

Estudar as opiniões sobre conceitos de saúde, doença e sobre assistência aos portadores e seus familiares tem sido preocupação de vários estudiosos(2-4).

Nessa linha, foi realizado um estudo(5) construíndo um instrumento, a Escala de Medida de Opinião (EMO), com 56 afirmativas sobre saúde, doença mental e assistência psiquiátrica para conhecer a opinião de portadores de doença mental, seus familiares e profissionais a respeito do tema. A construção desta escala ocorreu em 5 etapas, desde a composição das afirmativas, com base no arcabouço teórico do estudo, passando por testes pilotos, reformulações de conteúdo de apresentação e de distribuição por temas. Houve também análise por um grupo de juízes, culminando em sua composição definitiva acrescentando-lhe dados de identificação da população do estudo.

Após o processo de construção da EMO - Escala de Medida de Opinião em saúde mental, este estudo foi aplicado junto a 250 sujeitos (100 portadores, 109 familiares e 41 profissionais) em 2 instituições de assistência psiquiátrica, no Rio Grande do Sul. Os resultados foram analisados com testes não paramétricos para verificar se eram significantes as diferenças entre os 3 grupos de sujeitos e entre as categorias Conceitos, Assistência, Familia e Enfermagem. Além disso, as médias das respostas dos sujeitos para cada item permitiram comparações qualitativas dos resultados. Os dados que se destacaram foram discutidos com base na literatura pertinente(6).Durante a aplicação e a análise dos resultados da primeira pesquisa(6) e da aplicação da mesma escala entre estudantes de enfermagem(7) observou-se que havia necessidade de promover estudos visando melhorar a eficiência do instrumento para utilização em pesquisas futuras.

Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo reavaliar a Escala de Medida de Opinião (EMO) em seus aspectos de compreensão, pertinência e repetitividade reduzindo-a ao menor tamanho necessário para garantir sua melhor eficiência.

2 Procedimentos para reformulação da EMO A Escala de Medida de Opinião em Saúde Mental passou pela análise do coeficiente de correlação de Kendall(8) entre os escores de cada questão e o escore total subtraído do valor do escore da própria questão. Foi então aplicado o teste de significância para este tipo de correlação(8) na tentativa de redução do número de afirmativas redundantes, sem prejuízo do conteúdo a ser analisado. Assim, as questões com altos coeficientes de correlação substituíram as demais semelhantes.

Deve-se notar que, neste estudo, os grandes componentes da análise das respostas são dados pela informação teórico-metodológica de forma apriorística aos dados empíricos. Conceito e Assistência na Sáude Mental assim como Família e Enfermagem constituem categorias pré-definidas pelo arcabouço teórico que aninha o estudo. Deste modo, não foi utilizada, inicialmente, a técnica de componentes principais, usual nestes casos, mas uma crítica qualitativa, assessorada por informações quantitativas.

Vinte e duas questões foram excluídas do questionário com base em três princípios: a) A análise crítica do enunciado e da pertinência de cada questão, com vistas ao objetivo de sua formulação; b) A importância da afirmativa, com base no escore total. Para isso, foram calculados os coeficientes de correlação de Pearson(8) de cada uma das questões com o Escore total os quais atuaram de forma assessora; no caso de permanência de dúvidas sobre a eliminação ou não de determinada questão, a magnitude do coeficiente (relativamente aos coeficientes das demais questões) foi tomada em consideração; c) Correlação com o escore médio por categoria - Procedimento idêntico ao anterior foi realizado, utilizando os coeficientes de correlação de cada questão com o Escore médio do grupo de análise nas 4 categorias (Conceito, Família, Enfermagem e Assistência).

Novamente, estas foram informações assessoras, complementares às utilizadas no procedimento anterior.

Analisando as questões da EMO, uma a uma, os pesquisadores fizeram uma revisão da sua distribuição nas 4 categorias: Conceitos, Assistência, Família e Enfermagem. Observou -se criticamente as formulações e contatou-se que algumas delas poderiam estar em várias posições referindo-se tanto a conceitos de saúde e doença mental como a famílias, enfermagem ou assistência. Uma releitura dos resultados da pesquisa junto a pacientes e familiares(6) em cada uma das 56 questões permitiu classificar 18 na categoria conceitos, 13 de famílias, 8 de enfermagem e 31 em assistência. Depois deste procedimento, foram feitas as correlações do escore médio de cada categoria com o escore total.

Após esta tabulação, foram organizadas em ordem decrescente aquelas de maiores escores até as de menor escore, encontrando por exemplo, para os familiares a questão 41 com o maior score (0,483) e, de menor score (0,005), a questão 36.

Para os pacientes a de maior score (0,429) foi a 5 e a de menor score (0,002) foi a 24. Foram então efetuadas as correlações de cada questão com o escore médio do grupo ao qual pertence, por categoria.Tornamos a analisar cada uma das questões, comparando os resultados obtidos nestas correlações com o arcabouço teórico de base.

Uma nova leitura permitiu rever as sobreposições, ou seja, aquelas questões que poderiam ser enquadradas em mais de uma categoria. Algumas questões foram reformuladas para melhor compreensão, assim como outras foram eliminadas quando duas perguntas tinham o mesmo sentido, sendo eliminada aquela com baixa correlação com o escore médio. Outras afirmativas foram reagrupadas por dizerem coisas semelhantes, assim como foram realizadas as sínteses de questões extensas ou com falas dispensáveis. Deste procedimento resultaram 34 afirmativas distribuídas entre as categorias Conceitos (6), Família (9), Enfermagem (7) e Assistência (12).

A análise fatorial, realizada através da técnica de componentes principais (STATA), nada acrescentou às conclusões encontradas e discutidas acima.

Dessa forma, optou-se por não apresentá-la.

Seguindo as orientações da literatura (9, 10), o processo de validação realizado foi muito valioso nesta fase de ajuste do instrumento. O componente conceitual da validade de um instrumento, refere-se ao julgamento, por parte do investigador, sobre se o instrumento mede o que deveria medir. O que os investigadores consideram válido depende do contexto histórico e das teorias vigentes em cada momento. A validade operacional envolve uma avaliação sistemática do instrumento, geralmente comparando-o com um critério estatístico (11).

A EMO foi renumerada de forma seqüencial, ocupando os espaços das questões excluídas, respeitando-se a seqüência estabelecida por sorteio de duplo cego, nas 56 afirmativas do instrumento original. O resultado desses estudos levou à definição da EMO - Escala de Medida de Opinião em saúde mental com 34 afirmativas, conforme apresentada a seguir.

3 Considerações finais Recapitulando, os procedimentos de construção de uma Escala de Medida de Opinião em Saúde Mental-EMO foram testados em três pesquisas com seus resultados divulgados(5,6, 7). No presente estudo, foram retomados os dados de uma das pesquisas(6) e aplicados à Escala vários testes estatísticos para análise dos coeficientes de correção dos itens bem como testes de significância entre os itens, nas diferentes categorias de análise, resultando no instrumento apresentado em anexo.

O passo seguinte foi a aplicação do instrumento em teste pareado numa amostra de 10 juizes assim como estudo piloto realizado entre 206 portadores de transtorno mental e seus familiares, cujos resultados serão apresentados em estudos posteriores.

O conjunto dos procedimentos acima apresentados compõem a avaliação operacional, conceitual e a definição da confiabilidade do instrumento - EMO - Escala de Medida de Opinião sobre Conceitos e Assistência em Saúde Metal para então ser aplicada a novos grupos de sujeitos.


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