Ponto de colheita ideal de mangas 'Tommy Atkins' destinadas ao mercado europeu
Ponto de colheita ideal de mangas 'Tommy Atkins' destinadas ao mercado europeu1INTRODUÇÃO
No Nordeste brasileiro, a manga é cultivada em todos os estados, tendo-se
observado, nos últimos anos, significativo aumento nas exportações, notadamente
da cultivar Tommy Atkins (Leite et al., 1998). O mercado europeu, segundo
projeções da FAO (2001), é o mais promissor para a manga brasileira.
Atualmente, o Brasil é um dos principais fornecedores de manga para o Reino
Unido, sendo estas exportações realizadas diretamente ou via Holanda (Pimentel
et al., 2000).
Por por conseguir produzi-la em um período de pouca oferta, a manga é uma das
frutas tropicais brasileiras que alcança melhor preço no mercado internacional.
Porém, essa situação pode ser modificada, já que outros países também estão
buscando ampliar seus períodos de produção. Para superar este aspecto e
estimular o consumo da manga nos países industrializados, o Brasil precisa
tomar medidas que assegurem a qualidade elevada, uniforme e constante da fruta
que chega ao consumidor (GTZ, 1992; Pimentel et al., 2000).
A qualidade da manga para consumo e sua capacidade de conservação pós-colheita
dependem, principalmente, do grau estádio de desenvolvimento do fruto no
momento da colheita. Assim, frutas que não completaram a fase de
desenvolvimento fisiológico no campo, podem conservar-se por um longo período
de tempo, porém jamais alcançarão a qualidade ideal para o consumo (Guarinoni,
2000). Segundo Botton (1992), o estádio inadequado de maturação fisiológica é
uma das maiores causas de perdas, ou baixa qualidade de mangas brasileiras que
chegam à Europa por via marítima.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar e determinar o melhor estádio de
maturação para colheita, garantindo a qualidade da manga 'Tommy Atkins'
destinada ao mercado europeu, produzida sob condições de irrigação no Pólo
Agrícola Mossoró-Assu (RN).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em um pomar comercial localizado no Pólo Agrícola
Mossoró-Assu, da Empresa FRUNORTE Ltda, no município de AssuAssu-RN, durante o
período de 12 de março a 13 de abril de 2000. No pomar utilizado, foram
realizadas 6 induções florais, adubações de fundação com gesso e foliar com
micronutrientes, aplicações de inseticidas e fungicidas, e todas as práticas
culturais usuais na fazenda. Foram selecionadas cerca de 200 árvores plantas
decom 8 anos de idade, nestas nas quais foram marcadas 200 panículas, 32 dias
após o início da floração plena (DFP). Os frutos foram colhidos com idades de
82 (E1), 89 (E2), 96 (E3) e 103 (E4) dias após iniciada a floração plena, e no
estádio comercial (EC), de acordo com os indicadores externos do ponto de
colheita para a exportação (aproximadamente 90 DFP), utilizados pelos técnicos
da Empresa FRUNORTE Ltda. Após colhidos, os frutos foram transportados para o
Laboratório da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), tratados por
imersão com 300 ppm do fungicida Sportak, sendo avaliados no dia da colheita e
após 21 dias de armazenamento refrigerado à temperatura de 13 ± 1° C e 99 % UR.
Cor da polpa e da casca - foram determinadas através de um Colorímetro Minolta,
que expressa a cor em através da:três p luminosidade (Larâmetros, que
integralizados em um diagrama mostram a coloração do produto: L*, *), que
oscila entre 0 (cores escuras ou opacas) e 100 (cores brancas ou de máximo
brilho); cromaticidade ou pureza da cor (C*), cujos valores baixos representam
cores impuras (acinzentadas) e os elevados às cores puras; ângulo de tonalidade
ou cor verdadeira (ºHue), que varia entre 0º e 360º, sendo que o ângulo 0º
corresponde à cor vermelha, 90º cor amarela, 180º ou '90º cor verde, 270º ou
'180º cor azul, e passa de vermelho a negro em 360º.
Foram realizadas duas leituras nas áreas de cada cor característica da casca
(partes verde e vermelha da casca). Na polpa,, foram efetuadas uma leitura em
cada face do fruto cortado. A avaliação da cor foi feita ainda,também através
de comparação com a escala subjetiva de 1 a 5, proposta em GTZ (1992). Foram
avaliadas , ainda, quantoà a perda de massa (%); Firmeza a firmeza da polpa, -
através de um texturômetro computadorizado, da marca Stable Micro Systems,
modelo TA.XT2i, com probe de 6 mm; Sólidos o teor de sólidos solúveis totais
(SST), conforme - SST AOAC (1992); Acidez a acidez total titulável (ATT), -ATT
segundo Instituto Adolfo Lutz (1985); o conteúdo de Aaçúcares solúveis totais
(AST), segundo- AST Yemn & Willis (1954); Teor o teor de amido, conforme
AOAC (1992),) com algumas adaptações na quantidade de amostra inicial e no
número de centrifugações; e Atividade a atividade respiratória, - determinada
diariamente até atingir o pico climatérico, à temperatura média de 23° C,
através de um cromatógrafo CG, modelo DANI 8610, com detector de condutividade
térmica e ionização de chama para análises de CO2 e de etileno,
respectivamente. No entanto, a sensibilidade do equipamento não foi suficiente
para detectar o etileno liberado pela manga.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 5 x 2 (cinco estádios de maturação e dois tempos de
armazenamento), com cinco repetições, com quatro cada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das medidas objetivas de cor (L*, H*ºHue, C*) da parte verde da
casca do da fruto manga estão demonstrados nas Figuras_1(A, 1B, e1_C). Pode-se
observar, nos gráficos, que Nno dia da colheita apenas os frutos colhidos no
estádio E4 foram diferentes dos demais, e que, após o armazenamento, houve
aumento de luminosidade (L*), melhor definição da cor (C*) e mudança de cor
verde para amarela (ºHue ). Após este período, os frutos no estádio E4
apresentavam L* e C* mais elevados, não diferindo estatisticamente do EC para
L*, e do EC, E2 e E3 para C*. O ºHue dos frutos do estádio 4 também se destacou
com valores inferiores aos demais, indicando que estes frutos estavam mais
amarelos e com cor mais definida. Os frutos colhidos no estádio EC apresentaram
características de cor intermediárias entre os estádios E4 e os demais.
Na porção vermelha da casca, pode-se observar para o parâmetro L* ( Figura_1D)
que as diferenças de luminosidade (L*) entre os estádios e tempo de
armazenamento foram muito pequenas (Figura_1D). Porém, os frutos colhidos no
estádio E4 apresentaram L* e ºHue significativamente superior mais altos no dia
da colheita . No dia da colheita os frutos no estádio 4 apresentaram maiores
valores de H* e C* (Figuras_1E e 1F). Salles (1994) também observou maior
evolução mais acentuada da cor da casca em frutos colhidos em estádios mais
avançados de maturação (105 e 120 dias após a indução floral). Após o
armazenamento, os valores mais altos de C* foram superiores aos do dia da
colheita comprovando que houve ummostraram melhor definição aumento na
intensidade da cor. Os frutos colhidos nos estádios E2, E3 e EComercial não
diferiram entre siforam semelhantes quanto ao desenvolvimento da cor vermelha
na casca, tanto no que se refere à pureza da cor (C*) quanto à definição da
tonalidade vermelha (ºHue semelhantes) , enquanto os no estádio 1 apresentaram
os menores valores de C*. Para o parâmetro H* não houve diferença significativa
entre os estádios..
A coloração externa dos frutos varia bastante acentuadamente com a intensidade
e a quantidade de insolação que o fruto recebe. Portanto, a sua posição na
planta e a estação do ano influenciam significativamente no desenvolvimento da
cor, principalmente da cor vermelha, razão provável da diversivariabilidade
ficação de resultados observada nos nos parâmetros de medida dessa variável.
Nas Figuras_2(A, 2B e 2C), pode-seestão representadas as alterações nas
características de cor da polpa observar os valores de( L*, H*ºHue C*) para cor
da polpa. Ao contrário do que se observou na porção verde da casca, a
luminosidade (L*) diminuiu após o armazenamento dos frutos. Observa-se pelos
resultados que as características de cor, quando consideradas em conjunto,
foram semelhantes nos estádios EC, E2 e E3 Os após o armazenamento. frutos no
estádio 4 apresentaram menores valores de L* e H* por ocasião da colheita e
após o armazenamento, apesar de, no final do armazenamento, o valor de L* não
ter apresentado diferença significativa dos frutos no estádio 3. Também, para o
parâmetro H* os frutos nos estádios 3 e Comercial não diferiram daqueles no
estádio 4. Os dados sugerem indicam que os frutos que nesses estádios
apresentaram cor amarela mais alaranjada na polpa. Os frutos no estádio
comercial não diferiram dos frutos no estádio 3 para o valor de C* por ocasião
da colheita, e após o armazenamento os frutos no estádio 4 foram os que
apresentaram valores de C* superiores. Leon et al. (1997) observaram, para
mangas da cultivar Manila, dados similares aos constatados neste trabalho para
o parâmetro H*ºHue, por ocasião da colheita e após o armazenamento refrigerado
(12° C).
Os índices obtidos para cor da polpa, de acordo com a escala subjetiva, mostram
que os frutos nos estádios E2 e E4 não diferiram estatisticamente entre si,
assim como E3 e EC no dia da colheita; já após o armazenamento, os estádios EC,
E3 e E4 foram estatisticamente iguaispor ocasião da colheita e (Figura_2D). Os
frutos no estádio 4 foram os que apresentaram notas médias mais elevadas por
ocasião da colheita e após o armazenamento, indicando uma maior intensidade na
cor amarela da polpa. Porém, por ocasião da colheita os frutos no estádio 2 e
ao final do período de armazenamento os frutos nos estádios 3 e Comercial não
diferiram do estádio 4. Esses resultados estão compatíveis com os obtidos nos
parâmetros de avaliação da cor através do colorímetro, da mesma forma que foi
relatada por Medlicott et al. (1992), apesar deste de a escala ser um método
subjetivo podendo apresentar maior possibilidadese portanto, mais sujeito a
erros de avaliação de falhas. Medlicott et al. (1992) também observaram alta
correlação entre o método de avaliação da cor da casca, através de escala
subjetiva, e os parâmetros obtidos no colorímetro.
Filgueiras et al. (2000) relatam que atualmente se recomenda, como ponto de
colheita para manga destinada à Europa e Canadá, um ponto de colheita com cor
da polpa correspondente a nota entre 2 e 3 na escala. Portanto, os frutos nos
estádios avaliados obtiveram notas compatíveis com as exigências do mercado
para cor da polpa, com exceção das mangas colhidas no estádio E4, que já
estavam apresentavam cor mais acentuada, com nota superior a 4,0.muito
avançadas no que concerne à sua maturidade. Todavia, tem-se observado que esse
indicador da maturação varia com a região de produção, pois mangas colhidas na
região de Petrolina ' PE, apresentam diferença na coloração da polpa em relação
às das mangas produzidas na região Mossoró-Assu (RN), e no Estado do Piauí,
tornado-se assim,sendo necessário o estabelecimento de uma escala própria para
cada região de cultivo.
As perdas de peso durante o armazenamento não ultrapassaram ultrapassou a 4 %
(Figura_2E), sendoe os mais acentuada nos frutos no estádio comercial EC,
seguido pelo E3, porémforam os que perderam mais. No entanto, a perda não foi
suficiente para causar murchamento ou comprometer a aparência externa dos
frutos. Evangelista (1999) constatou valores semelhantes, em torno de 3,5 %,
para mangas cultivar Tommy Atkins com 21 dias de armazenamento refrigerado (10
± 1° C e 80-90 % U.R.). Evangelista et al. (1996) conseguiram reduzir essa
perda de peso para aproximadamente 2,7 %, através do uso da refrigeração
associada com cera.
As alterações na firmeza dos frutosda polpa em vários estádios de maturação,
avaliados por ocasião da colheita e após 21 dias de armazenamento, está em
vários estádios de maturação, avaliados por ocasião da colheita e após 21 dias
de armazenamento, estão representadas na Figura_2F. Os Nos frutos colhidos nos
estádios E2, E3 e EC, acomercial não apresentaram diferenças significativas
para a firmeza média de polpa no dia da colheita foi semelhante, a qual está
próxima à recomendada para o pontocomo índice de colheita mínimo desta
cultivarpara a manga Tommy Atkins, que é de 129,36 N (Filgueiras et al., 2000).
Durante oAo final do armazenamento, constatou-se acentuado amaciamento, não
tendo os estádios E4, EC e E3 apresentado diferença significativa.
armazenamento houve uma acentuada redução na firmeza, sendo os frutos no
estádio 3 os mais semelhantes aos de colheita comercial, apesar dos frutos no
estádio 2 não terem apresentado diferenças estatísticas significativas. As
mangas no estádio 4 mostraram-se significativamente menos firmes que nos demais
estádios, o que era de se esperar, pois a firmeza decresce com o avanço do
estádio de maturação. Dados similares aos deste experimento para essa mesma
cultivar foram observados por Evangelista (1999), no entanto, valores
inferiores foram constatados por Rocha (2000), que observou uma variação de
96,14 N para 9,40 N por ocasião da colheita com o avanço da maturação.
A acidez apresentou pequenas oscilações, com uma tendência a diminuição
diminuir com durante o armazenamento, para exceto nos frutos colhidos nos
estádios 2, 3 e 4E1 (Figura_3A). Esse decréscimo pode serestá associado ao
amadurecimentoà maturação, em decorrência do consumo dos ácidos no processo
respiratório (Salles & Tavares, 1999), ou nas rotas de conversão em
componentes do aroma. Os frutos no estádio 3 foram os que apresentaram maiores
níveis de acidez por ocasião da colheita, no entanto, os frutos nos estádios 1,
2 e comercial não diferiram do mesmo. Ao final do período de armazenamento os
frutos no estádio 1 foram os que se destacaram com teores estatisticamente
superiores. EssaA elevação de ATT acidez verificada nos no frutos, colhidos no
estádio E1, após o armazenamento pode ser devidoé uma indicação de que os
frutos foram colhidos imaturos. à imaturidade dos mesmos por ocasião da
colheita. Os frutos no estádio 4 foram os que apresentaram menores teores de
acidez após o armazenamento, apesar de não diferirem estatisticamente dos
frutos nos estádios 2 e comercial.
Esses dadosOs resultados obtidos para acidez dos frutos neste experimento estão
dentro da faixa observada por Evangelista et al.(1996) e Salles & Tavares
(1999) na para a cultivar Tommy Atkins. No entanto, são considerados elevados
quando comparados com a variação de 0,74 a 0,95 % verificada relatada por Alves
et al. (1998). Os frutos nos estádios 1, 4 e comercial atingiram valores
compatíveis com as exigências dos padrões de qualidade do México, que requerem
acidez de 1,22 % dos frutos, em estádio de maturidade mínima (Báez-Sañudo,
1997).
Houve Observa-se, na Figura_3B, um aumento considerável no conteúdo de SST na
polpa das mangas do fruto após o período de armazenamento refrigerado a que
foram submetidos, independentemente do estádio de maturação por ocasião da
colheita. No dia da colheita os estádios E4 e EC não diferiram estatisticamente
entre si,N mas, após o armazenamento, houve modificações significativas. Os
teores de SST nos frutos colhidos nos estádios E3, E4 e EC foram muito próximos
entre si, e mais elevados que nos estádios E2 e E1, sendo que, neste último, a
evolução desta variável também indicou a imaturidade destes frutos. os frutos
no estádio 4 apresentaram teores de SST superiores aos frutos nos estádios 1, 2
e 3, que não apresentaram diferenças significativas entre si. Após o
armazenamento os frutos nos estádios 3, 4 e comercial atingiram valores
estatisticamente semelhantes e superiores aos estádios 1 e 2. Os frutos do
estádio 1 foram os que apresentaram menor conteúdo de SST, constatando a
influencia do estádio de maturação sob o seu conteúdo. Evangelista (1999),
avaliando mangas da cultivar Tommy Atkins no estádio comercial, encontrou
teores de sólidos solúveis totais similares aos obtidos nesta pesquisa. No
entanto, por ocasião da colheita, esses teores mostraram-se inferiores aos
verificados por Salles & Tavares (1999), em vários estádios de maturação,
mas após o armazenamento refrigerado atingiram valores semelhantes. Isso indica
que ao longo do armazenamento as reservas de amido foram convertidas em
açúcares solúveis.
O aumento nos teores de SST e a tendência à diminuição da ATT, em função do
estádio de maturação e do período tempo de armazenamento, ocasionaram um
acréscimo na relação SST/ATT após o armazenamento (Figura_3C). Os frutos nos
estádios avaliados não apresentaram diferenças significativas por ocasião da
colheita. Todavia, ao final do armazenamento, os frutos colhidos no estádio E4
destacaram-se, apresentando a maior relação SST/ATT. Os frutos nos estádios E2,
E3 e EC não apresentaram diferença significativa entre si, mas superaram os do
estádio E1. A relação SST/ATT é um dos índices mais utilizados para determinar-
se a maturação e a palatabilidade dos frutos. Chitarra & Chitarra (1990)
relatam que o equilíbrio entre ácidos orgânicos e açúcares é muito importante
na avaliação do sabor dos frutos. Assim, no presente trabalho, os frutos
colhidos nos estádios E2, E3 e ECcomercial não apresentaram diferenças
significativas quanto ao sabor.
Na Figura_3D, observa-se de forma geral, queque os teores de AST aumentaram
acentuadamente, em decorrência da hidrólise do amido (Figura_3E). As diferenças
nos teores de AST entre os estádios de maturação foram mais acentuadas quando
se compararam os estádios E3, E4 e EC com E1 e E2, tanto no dia da colheita
quanto após o armazenamento. Os teores finais de amido foram semelhantes em
todos os estádios, mesmo nas mangas maduras. houve um aumento nos açúcares
solúveis totais com o armazenamento refrigerado. Por ocasião da colheita não
observou-se diferença estatística para os açúcares solúveis totais, entre os
frutos colhidos nos estádios 4, 3 e comercial e entre esses dois últimos e os
estádios 1 e 2. Já após o armazenamento, os frutos no estádio 4 destacaram-se
com maiores níveis de açucares solúveis totais, e nos estádios 3 e comercial
foram semelhantes aos mesmos. Os valores médios de açúcares solúveis totais
após o armazenamento concordam com os obtidos por Rocha (2000), o qual observou
para essa cultivar um aumento com o avanço da maturação.
Houve umO decréscimo no teor de amido após o armazenamento foi expressivo, em
torno de 88 %, dos níveis de amido após o período de armazenamentodemonstrando
crescente conversão de amido em açúcares (Figura_3E). Maia et al. (1986)
verificaram em mangas das cultivares variedades Rosa, Coité, Jasmim, Espada e
Itamaracá um decréscimo semelhante ao observado neste experimento, mas porém os
níveis teores iniciais de amido foram superiores. , principalmente, no estádio
"de vez", onde os valores atingiram 9,36 %. No entanto, por ocasião da colheita
os níveis de amido aproximaram-se aos observados por Rocha (2000) na cultivar
Tommy Atkins. No dia da colheita os frutos nos estádios 1, 2 e 3 não diferiram
do estádio comercial, o qual obteve maior conteúdo de amido.
Os frutos colhidos nos estádios E2, E3 e EComercial apresentaram um pico
climatérico típico de produção de CO2. (Figura_3F), o que não ocorreu com os
frutos no estádio E1, que estavam imaturos e nem com os no estádio E4, que
foram colhidos após passado o pico climatérico (Figura 4).
As mangas no estádio E1 apresentaram taxa respiratória crescente, até 12 dias
após a colheita, quando já apresentavam aparência comprometida por aspectos de
murchamento e sintomas de ataque por fungos, causa provável da elevação na taxa
respiratória. Mitcham & McDonald (1992) constataramrelataram para esta
mesma cultivarvariedade, no estádio imaturo e à temperatura de 20 °C, atividade
respiratória em torno de 74,64 mg CO2.kg-1.h '1, bem muito inferior à atividade
máxima constatada no presente trabalho, que foi de 156,04 mg CO2.kg-1.h '1,
diferença que, em grande parte, pode ser atribuída à elevada temperatura
ambiente por ocasião das avaliações. Os frutos colhidos nodo estádio E2
atingiram o pico climatérico respiratório de 152,59 mg CO2.kg-1.h-1 decorridos
10 dias da após a colheita, enquanto os no estádio E3 foram um pouco mais
adiantados, alcançando a taxa máxima respiratória (104,11 mg CO2.kg-1.h-1 ), 7
dias após 170 horas da a colheita. As mangas do colhidas no estádio ECcomercial
apresentaram pico semelhante ao estádio E3, tanto no tempo quanto nae taxa
respiratória do pico climatérico muito semelhantes aos frutos no estádio 3. Já
o estádio 4 teve inicio com 54,46 mg CO2.kg-1.h-1 de taxa respiratória e
atingiu um mínimo de 13,49 mg CO2.kg-1.h-1 após 96 horas da colheita, sem sinal
de pico.
CONCLUSÕES
Os frutos nos estádios com 89; 96; 103 DFP e o estádio comercial EC obtiveram
apresentaram amadurecimento normal após 21 dias de armazenamento refrigerado.
No entanto, os dono estádio com 89 DFP, apresentaram menoresos teores de SST
foram mais baixos, e noos do estádio com 103 DFP já havia acontecido o pico
climatérico, indicando que este estádio está muito avançado para atingir a vida
útil necessária para o transporte e comercialização no mercado Europeu. Já asAs
mangas nos estádios com 96 DFP e ECcomercial apresentaram-se muito semelhantes
para todosna maioria dos índices de maturidade avaliados, e alcançaram o pico
de qualidade, indicando que a colheita pode ser realizada nestes nesses
estádios, sendo que aos 96 DFP pode ser considerado como mais um indicador do
ponto de colheita de manga para a região de Mossoró.
Os picos climatéricos ocorreram aos 10 dias após a colheita nas mangas do
colhidas no estádio com 89 DFP estádio 2 e aos 7 dias nas dosnos estádios com
96 DFP e ECcomercial. As mangas colhidas nos dos estádios com 82 e 103 DFP não
apresentaram pico climatérico.