Tendências gerenciais que podem levar a enfermagem a percorrer novos caminhos
AUTORES CONVIDADOS
Tendências gerenciais que podem levar a enfermagem a percorrer novos caminhos
Management trends that may lead nursing to new paths
Tendencias gerenciales que pueden llevar a la enfermería a recorrer nuevos
caminos
Ana Maria Muller MagalhãesI;Êrica Rosalba Mallmann DuarteII
IEnfermeira. Professora Assistente do Departamento de Assistência e Orientação
Profissional da Escola de Enfermagem - UFRGS. Mestre em Educação. Chefe do
Serviço de Enfermagem Cirúrgica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
IIEnfermeira. Professora Adjunta do Departamento de Assistência e Orientação
Profissional da Escola de Enfermagem - UFRGS. Mestre em Administração,
Dotouranda em Engenharia de Produção PPGEP/UFRGS
Correspondência
1 Introdução
No mundo atual ,presenciamos inúmeras, rápidas e grandes transformações, nos
diferentes campos, resultantes de mudanças demográficas, tecnológicas,
políticas e ecológicas, num processo acelerado de globalização econômica. As
grandes tendências atuais apontam para necessidade de mudanças no setor de
Saúde, com adequação às transformações sociais(1).
A crescente complexidade das organizações de prestação de serviços de Saúde,
num mercado cada vez mais competitivo, tem determinado a necessidade de
estruturação de novas formas de organizar os processos de trabalho nessa área,
que respondam a uma demanda social por serviços de qualidade. Nesse contexto, a
Saúde passa a ser um processo essencial para o desenvolvimento humano, havendo
uma maior consciência de sua importância no desenvolvimento social e econômico
(2).
A Enfermagem, um grupo profissional bastante expressivo nessa área, tanto por
sua participação na maioria dos processos, quanto pelo número de pessoas
incluídas nele, precisa acompanhar essas tendências, para participar da
construção de alternativas que respondam aos desafios de melhorar a oferta,
qualidade e eqüidade dos serviços prestados à população.
Assim como outras ciências, a Enfermagem sofre o impacto das transformações,
necessitando buscar respostas cada vez mais rápidas e efetivas por meio da
ampliação de seus conhecimentos e inovações em suas atividades profissionais,
para acompanhar esta evolução.
O propósito deste ensaio, é o de refletir sobre as novas tendências gerenciais
e de como elas podem influenciar a organização do trabalho de Enfermagem nos
serviços de Saúde e as ações dos enfermeiros gerentes na busca de estratégias
que atendam aos desafios da profissão, num contexto social em transformação.
2 Cenários das práticas gerenciais em saúde
As práticas de saúde no Brasil têm se dicotomizado em ações médico-sanitárias
(predominantemente de caráter preventivo) e ações de assistência médica
individual (predominantemente de caráter curativo), com a supremacia destas em
detrimento das primeiras(3). Isto significa, que ainda temos um modelo com
ênfase na cura, centrado em atendimento médico em hospitais.
A organização social e tecnológica do trabalho em saúde, no Brasil, está
baseada no modelo clínico, caracterizado por uma centralização no atendimento
médico individual e curativo, com foco no diagnóstico e terapêutica médica
(4,5).
Na última década, vem se incorporando às políticas públicas de Saúde a idéia de
"saúde como direito de todos e dever do Estado". A implantação do Sistema Único
de Saúde, a partir da Constituição de 1988, aponta para uma progressiva mudança
da organização dos serviços, passando de um modelo assistencial, baseado na
doença, para um modelo de atenção integral, incorporando práticas de promoção e
prevenção, além da recuperação da saúde(6).
O conceito de saúde vem evoluindo na sociedade moderna, partindo de um modelo
pragmático "Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e
não apenas a ausência de doença" (0MS, 1948), para uma visão sistêmica de um
processo dinâmico, onde a saúde resulta da interação do indivíduo e da
coletividade com o seu meio físico, cultural e social, além de incorporar a
dimensão espiritual.
Isto implica entender a saúde sob um novo paradigma, ou seja como um
processo que busca desde a consciência da cidadania a formas mais
expressivas de qualidade de vida da população...(7:674)
A Saúde, como parte do setor de serviços, representa uma das áreas da Economia
que mais tem se desenvolvido na sociedade moderna. O setor de serviços responde
pelo maior crescimento dos novos empregos, em termos globais. No Brasil, os
serviços respondem por 55% do produto interno bruto (PIB)(8).
A definição dos serviços é difícil pela intangibilidade de seus produtos,
insumos e desempenho. Pode-se dizer que a saúde como um serviço, representa uma
atividade econômica que cria valor e fornece benefício para clientes em tempos
e lugares específicos, como decorrência de uma mudança desejada pelo cliente
(8).
O serviço de Saúde pode ser caracterizado como:
...um trabalho essencial para a vida humana e é parte do setor de
serviços. É um trabalho da esfera de produção não-material, que se
completa no ato de sua realização...O produto é indissociável do
processo que o produz; é a própria realização da atividade ...O
produto final do trabalho em saúde é a própria prestação da
assistência de saúde, que é produzida no mesmo momento que é
consumida(9:85).
A implementação crescente de novas tecnologias em todos os setores da economia
mundial, tem aumentado o grau de complexidade organizacional e, como resultado,
provocou novos desafios para as instituições. Essas novas tecnologias, sejam
elas da área técnica, de informação, ou tantas outras que possamos identificar,
introduzem novas características organizacionais não contempladas,
anteriormente, por teóricos dessa área. Para que possamos compreender essas
novas tecnologias, seu potencial inovador e seus efeitos sob as variáveis
organizacionais, é preciso entender a evolução dos conceitos tradicionais das
Teorias das Organizações e analisar as novas abordagens e as alterações ou
inclusões que elas introduzem no contexto social(10-12).
De modo geral, os debates desenvolvidos na área da Saúde sobre a temática
gerencial e o conjunto de intervenções dos vários grupos sociais interessados
nesse setor têm destacado a necessidade de operar mudanças no modo de trabalhar
em gerência, em todos os níveis das organizações de Saúde.
3 A Enfermagem neste cenário
As formas como a Enfermagem organiza o seu processo de trabalho, assim como
suas estratégias gerenciais têm sido discutidas no sentido de buscar a
compreensão de suas raízes históricas e encontrar novas alternativas que
atendam às demandas atuais.
A gestão dos serviços de Enfermagem, assim como ocorreu nos serviços de Saúde,
teve forte influência das teorias tradicionais de Administração na organização
de seus processos de trabalho. Pode-se dizer que, ainda hoje, temos adotado
modelos gerenciais da área de produção, principalmente industrial, para aplicar
na área de serviços, sem refletirmos sobre como usá-los ou qual é o melhor
modelo. Esta forma de utilização retardou o desenvolvimento do conhecimento
sobre novas formas de gestão na área da Saúde e de Enfermagem.
As práticas gerenciais das enfermeiras têm sido analisadas por diversos autores
(13,14,15) e apontam para a identificação com os pressupostos clássicos da
Administração, com uma prática baseada na centralização do poder, no controle,
na impessoalidade das relações e ênfase do seu trabalho em atividades
administrativas burocráticas.
Como resultante destas concepções, baseadas no modelo funcional de Taylor e nas
disfunções da burocracia, podemos vislumbrar um panorama da organização do
trabalho em Saúde e da Enfermagem neste contexto, ainda marcado pela alienação
do trabalhador de seu objeto de trabalho, o paciente, decorrente da
fragmentação do trabalho, da realização de tarefas repetitivas, da alta
normatização e impessoalidade nas relações.
Esta forma de organização do trabalho tem contribuído para a limitação da
iniciativa e da criatividade, além de gerar insatisfação dos profissionais,
descompromisso e baixa produtividade.
Assim como na prática, na formação do enfermeiro há predominância do ensino de
Administração em Enfermagem centrado no enfoque tradicional e em modelos
tecnoburocráticos de gerenciamento em Enfermagem. Isto tem contribuído pouco
para a formação de profissionais críticos, politicamente conscientes e capazes
de fazer o enfrentamento de problemas emergentes, buscando o reconhecimento,
questionamento e inovação das propostas de gestão em Saúde e dos serviços de
Enfermagem(16).
4 Buscando as mudanças
A busca por novas formas de gestão nos serviços de Saúde torna necessária a
incorporação de novos conhecimentos e habilidades, sintonizados a uma prática
administrativa mais aberta, mais flexível e participativa, fundamentada não só
na razão, mas também na sensibilidade e na intuição(17).
A Enfermagem necessita, também, acompanhar as transformações da sociedade
contemporânea, cabendo às enfermeiras, que são responsáveis pela gerência do
cuidado, buscarem cada vez mais inovações na gestão dos serviços, que permitam
amenizar as conseqüências do modelo tradicional de administração, adotado até
hoje, na maioria das instituições de Saúde(13).
Uma tendência atual, que busca a quebra de paradigmas tradicionais de
administração é a ênfase no
capital humanoa
das organizações. O embasamento cultural das pessoas de como conduzir os
grupos, são valores difíceis de serem medidos, mas são os que trazem resultado
duradouro para as organizações. Esses valores intangíveis, ao contrário dos
tangíveis (financeiros e físicos), são os que impedem a imitação, fazem a
diferença imperceptível, e nos levam a buscar determinada organização e não
outra(18).
A grande dificuldade na inclusão desses novos valores é introjetá-los na
cultura do cotidiano das instituições. Entendemos que o investimento no capital
humano possa ser a chave para as mudanças dos grupos, dentro das organizações,
e é sobre ele que vamos nos direcionar para refletir sobre algumas mudanças
necessárias para o desenvolvimento da Enfermagem e a absorção de novas
práticas.
As instituições de Saúde e a Enfermagem, nesse contexto, necessitam ampliar
seus horizontes nas formas de organização do trabalho sob o risco de se
tornarem ineficientes e morrerem para o motivo de sua real existência.
As empresas morrem porque seus dirigentes se concentram exclusivamente na
produção de bens e serviços e se esquecem de que sua organização é uma
comunidade de seres humanos que trabalham em uma empresa, para se manter vivos.
Os executivos se preocupam com terra, trabalho e capital e negligenciam o fato
de que "trabalho" significa pessoas de verdade. As organizações que se mantêm
vivas têm outras prioridades: valorização das pessoas, flexibilização na
direção e no controle, organização para aprendere criar uma comunidade. Além
disso, elas compartilham algumas características, como conservadorismo na
gestão das finanças, sensibilidade ao ambiente externo, consciência de sua
identidade e tolerância a novas idéias(19).
A setor de Saúde e os serviços de Enfermagem são áreas que trabalham
essencialmente com pessoas e para pessoas, de uma forma muito intensa, onde o
momento da realização do trabalho (atendimento) ocorre junto com a interação
dos profissionais e seus usuários. Sendo assim não se entende como até hoje as
instituições de Saúde ainda negligenciam uma melhor atenção aos seus
funcionários/colaboradores/time, que são o seu capital humano.
O desenvolvimento de organizações de aprendizagem visa à gestão do conhecimento
que pertence ao seu capital humano, buscando mostrar a importância de as
organizações descobrirem que, para aumentar seu desempenho, devem utilizar a
capacidade de aprender das pessoas da própria organização, em todos os seus
níveis(20).
As organizações de aprendizagem se baseiam em cinco áreas conceituais como
estratégias para a mudança na mente das pessoas. O domínio pessoal busca
desenvolver a capacidade criativa, baseada em habilidades, competência e
crescimento espiritual. Os modelos mentaisbuscam mudar conceitos arraigados que
influenciam nosso comportamento, melhorando a capacidade de expor idéias e
possibilitar a influência de novos interlocutores. O objetivo comumé a
capacidade de transmitir e compartilhar a imagem do futuro que se pretende
criar. O aprendizado em grupo é capacidade de diálogo dos seus membros para
chegar a um raciocínio comum. O raciocínio sistêmico é o conjunto de
conhecimentos e instrumentos que busca a integração dessas quatro áreas(20).
Para a construção de organizações de aprendizagem, é fundamental o
desenvolvimento do raciocínio sistêmico, que nos permite aprender a entender o
mundo de forma não fragmentada e ter uma noção integradora do todo.
O raciocínio sistêmico é importante para podermos entender que os trabalhos
realizados pelo homem são sistemas interligados por fios invisíveis de ações
relacionadas entre si e que levam anos para se desenvolver plenamente, mas que,
se vistas e desenvolvidas dessa forma, são duradouras(20).
Aprender a aprender com o conhecimento do seu grupo tem sido o desafio das
organizações, nos últimos anos, pois desde cedo aprendemos que somente algumas
pessoas sabem o que é certo; por exemplo: os pais é quem sabe o que é melhor
para os filhos, os professores, o que é melhor para seus alunos, logo, os
chefes, para seus subordinados. Dessa forma fomos treinados ou a ser as pessoas
que sabem as respostas ou a recebê-las prontas, nunca a construir um
pensamento, a partir do conhecimento do grupo.
Buscar estratégias de desenvolver o capital humano e criar organizações de
aprendizagem parecem ser caminhos a serem construídos pela Enfermagem para
acompanhar a evolução do conhecimento e para atingir as transformações
necessárias em nossa prática. Para alcançar estas mudanças é necessário
estabelecer uma estratégia de desenvolvimento de lideranças, para que elas
possam assumir idéias inovadoras e rompam as barreiras mentais que impedem as
alterações organizacionais.
Muitos pensadores da Administração moderna(19,20,21)têm escrito sobre a
importância do papel da liderança para a quebra de paradigma no modo de
gerenciar as organizações.
Gerenciar, coordenar, chefiar são termos que utilizamos para designar as
pessoas que nos representam, dentro das organizações e, ao mesmo tempo, servem
de exemplo para as decisões de nossa vida profissional e, muitas vezes,
pessoal. Portanto é importante falar do desenvolvimento de características que
criam possibilidade do desenvolvimento pessoal e de grupo.
Os líderes apresentam diferentes características de personalidade, tomadas de
decisões e formas de agir. Porém, em algumas situações, as características de
liderança são as mesmas: só existe liderança se houver seguidores; líderes são
pessoas visíveis para os seus liderados, conseguem que as pessoas façam as
coisas certas, agindo de forma clara e objetiva para atingir os resultados; o
líder entende a sua responsabilidade nessa posição, independente do cargo,
privilégios, títulos ou dinheiro(22).
Essas características parecem simples ou naturais mas envolvem processos de
desenvolvimento que para serem concretizados devem romper, muitas vezes,
paradigmas do ambiente cultural, dos valores pessoais, das condições
econômicas, do desenvolvimento educacional, e do terrível jogo de poder que
existe nesse processo.
A liderança dos grupos de trabalho deve criar condições para um ambiente
criativo. A inovação operacional aplicada à Enfermagem significa adotar
maneiras inteiramente novas de atender um cliente, fazer um curativo, preencher
um prontuário ou qualquer outra atividade. Inovação operacional não é a mesma
coisa que melhoria ou excelência operacional; enquanto a primeira busca mudar
os processos, a segunda visa a reduzir custos, eliminar erros e aumentar o
desempenho(23).
Investir no capital humano, nas organizações de aprendizagem, no
desenvolvimento de lideranças criativas e inovação operacional, são estratégias
que criam alternativas para as organizações se adaptarem às transformações
econômicas e sociais.
Devido à relevância da equipe de Enfermagem nas instituições de Saúde, faz-se
necessário que esses profissionais sejam adequadamente "cuidados" por essas
organizações. A inserção dos gestores de Enfermagem como parceiros das
organizações de Saúde pode propiciar o desenvolvimento de pesquisa de clima
organizacional, como forma de vislumbrar a satisfação da equipe de Enfermagem
(cliente interno). Esta estratégia é denominada endomarketing, que é um
instrumento de aproximação entre empregado e empregador.
Se entendermos esses itens como fatores que devam ser desenvolvidos pelos
enfermeiros, para que se desenvolvam como líderes, com resultados que
beneficiem a coletividade temos que agir; só assim isso se tornará um fato.
"Porque um dia é preciso parar de sonhar, tirar os planos das gavetas e, de
algum modo começar"(24:7).
5 Considerações finais
À medida que a saúde se torna um importante fator para o desenvolvimento humano
e social assume um papel de destaque na Economia mundial. E sua importância é
devida à mudança na concepção de saúde, que tem mostrado sua direta influência
no desenvolvimento humano e social.
A complexidade das organizações na área de serviços ocorre devido à
intangibilidade de seus produtos. Na área da Saúde isto se acentua por estar
sua atividade representada pelo atendimento às pessoas, com intervenções
diretas sobre o seu "corpo" físico, psicológico e espiritual.
A Enfermagem, como parte integrante do setor de prestação de serviços de Saúde,
ainda sofre influência dos modelos tradicionais de gestão, resultando num
processo de organização do trabalho focado em tarefas e com uma visão
fragmentada do cliente, numa estrutura centralizadora e pouco flexível.
Este modelo tem levado à insatisfação dos profissionais, e seus clientes e
inviabilizado o sucesso no alcance dos objetivos das organizações de Saúde.
Para romper com este modelo de organização é necessária a incorporação de
mudanças e inovações no fazer e no pensar a prática de Enfermagem.
A valorização das pessoas que fazem parte das organizações de Saúde é
fundamental para os gerentes de Enfermagem. Desenvolver a visão de que essas
pessoas são o capital humano das instituições que prestam serviços de Saúde,
sem as quais o atendimento, sua atividade fim, não se concretiza, pode gerar
condições para a implantação de novas estratégias de gestão, baseadas no
investimento em organizações de aprendizagem, inovações operacionais e estímulo
à lideranças criativas.
Esse processo precisa ser estimulado, tanto nas instituições prestadoras de
serviços de Saúde, como nas escolas formadoras, numa tentativa de transformar
os modelos tradicionais de ensino e práticas de gestão em Enfermagem. Deste
modo, numa visão sistêmica, podemos ter um processo com repercussões na
construção de novos conhecimentos de gestão em Enfermagem, influenciando no
clima organizacional voltado para motivação e inovação, na introdução de novos
valores para tomada de decisões, nas condições de trabalho e remuneração e até
na legislação que regulamenta a profissão visando à autonomia e liberdade de
exercê-la.
Desenvolver organizações de aprendizagem, significa investir no capital humano
dos grupos que formam as organizações de Saúde. Isto pode ser conquistado pelo
incentivo à capacidade criativa e domínio pessoal, mudança dos modelos mentais,
construção de objetivos comuns, estímulo à aprendizagem em grupo e alcance do
raciocínio sistêmico.
Os gestores, fruto do processo desenhado anterirmente, estariam, dessa forma,
habilitados para liderar os grupos, buscando desenvolver um trabalho coletivo,
por meio de decisões participativas e ações respaldadas na responsabilidade,
liberdade e criatividade.