Relato de experiência: ensinando a administração em enfermagem através da
educação em saúde
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relato de experiência: ensinando a administração em enfermagem através da
educação em saúde
Teaching nursing administration through health education
Ensenando la administración en enfermeria a través de la educación en salud
Rosangela Maria Greco
Enfermeira. Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Básica da
Universidade Federal de Juiz de Fora, no Conjunto de Disciplinas de
Administração em Enfermagem I e II
1 Introdução
Este trabalho apresenta uma experiência que vem sendo vivenciada no ensino da
Administração em Enfermagem na Universidade Federal de Juiz de Fora.
No curso de graduação em enfermagem da UFJF os conteúdos de administração em
enfermagem são ministrados em duas disciplinas, uma no sétimo período,
Administração em Enfermagem I com 07 créditos práticos e 05 teóricos e outra no
oitavo período, Administração em Enfermagem II com 07 créditos práticos e 03
teóricos, para cerca de 30 alunos por período.
As duas disciplinas são ministradas por 03 docentes efetivos e 02 substitutos,
sendo que para o desenvolvimento das aulas práticas os alunos são distribuídos
em 05 grupos. A prática da Disciplina Administração em Enfermagem I é toda ela
realizada nas unidades de internação do Hospital Universitário da UFJF, já as
práticas da Disciplina Administração em Enfermagem II são realizadas em
Unidades Básicas de Saúde, Unidade de Atendimento Intermediário e Hospital
Especializado.
Enquanto na primeira Disciplina são trabalhadas as teorias administrativas, as
funções, o planejamento, a organização, a administração de recursos materiais,
o trabalho em equipe, o dimensionamento de pessoal, a motivação e a humanização
da assistência como base para a Administração em Enfermagem, na segunda há um
aprofundamento de alguns conceitos juntamente com a ampliação dos
conhecimentos, onde são abordadas as condições de trabalho em enfermagem, a
supervisão, a liderança, e a tomada de decisão como instrumentos para o
administrar, a auditoria, e os indicadores de qualidade como recursos para a
direção e o controle, o recrutamento, a seleção, definição de cargos, avaliação
de desempenho, processo demissional e a educação continuada como parte da
administração de recursos humanos. Sendo que em ambas as disciplinas há uma
preocupação na articulação entre teoria e prática.
O pano de fundo dessas disciplinas tem sido a construção e o desenvolvimento do
planejamento administrativo, pensado como um instrumento para a assistência de
enfermagem.
Entretanto apesar de todos os esforços no sentido de trabalharmos a realidade e
possibilitarmos que os discentes vivenciem o processo de ensino aprendizado de
modo articulado, algumas vezes estes ao final da primeira disciplina consideram
o processo de planejamento como uma formalidade burocrática, por não
conseguirem muitas vezes colocar em prática o que havia sido planejado.
Assim, para nós docentes da Disciplina Administração em Enfermagem tem sido um
desafio transformar o que aparentemente é um exercício acadêmico de sala de
aula em uma atividade prática que tenha aderência com a realidade, com o
trabalho cotidiano do enfermeiro.
Foi então que surgiu a proposta de trabalho que estaremos apresentando a
seguir.
2 Conceituando a Administração em Enfermagem
Nossa sociedade vive um processo acelerado de transformação, as mudanças
ocorrem no campo da tecnologia, da comunicação, nas áreas geopolítica e geo-
econômica. Nesse contexto uma boa gerência é um dos recursos mais cobiçados
mundialmente.
Entretanto para se realizar uma boa gerencia nos dias de hoje é preciso que se
reconheça as transformações nos planos econômico, político e tecnológico porque
vêm passando as organizações de modo geral, o que não é nada fácil e o que faz
com que no campo da gerência também estejamos vivendo uma crise profunda, que
leva a busca de uma mudança de paradigma.
Assim, ao longo dos tempos, a palavra administração foi sendo substituída por
gerência ou gestão e o ato de gerenciar começou a ser discutido mundialmente
como um recurso estratégico significando dentre outros sentidos qualquer
posição de direção ou chefia que tenha o objetivo de alcançar às metas
previstas, através da aglutinação de esforços(1).
Resumindo podemos dizer que Gerenciar: "É um processo por meio do qual um grupo
cooperativo de pessoas em uma instituição dirige suas ações e recursos para a
consecução de metas e objetivos comuns".
Em relação a esta crise do paradigma gerencial tradicional, sabemos que este
modelo tradicional de gerencia é baseado nos ensinamentos de Taylor, Fayol e
seus seguidores modernos; onde uma boa organização é a que possui um
organograma detalhado; com ênfase na divisão do trabalho; no planejamento das
funções; na descrição de cargos, nos manuais de tarefas e procedimentos, o que
gera estruturas fixas, permanentes e rígidas.
Entretanto, já se demonstrou que o planejamento e a organização formal influem
pouco na produtividade, não que se deva renunciar a este tipo de estruturação,
mas sim que esta forma de organização é limitada e por isso é necessário que se
vá além dela.
Nos dias de hoje, a flexibilidade da organização e suas condições de
adaptabilidade são necessárias frente à mutação contínua da realidade que se
esta vivendo.
Outro aspecto bastante discutido, diz respeito à distância entre planificação e
ação, uma vez que a realidade é tão rápida, que se alguém primeiro planeja e só
bem depois é que vem o processo de implementação corre-se o risco de fracassar.
Isto não significa que não se deve planejar, apenas que é necessário aproximar
estreitamente planificação e ação.
Nos dias de hoje gerenciar tem que ir além do direcionar para que se possam
alcançar os objetivos, o gerente deve "facilitar às condições para que os
recursos humanos da organização respondam individualmente, criativamente, a um
meio que requer adaptações permanentes".
E ao falarmos dos recursos humanos não devemos nos esquecer de que as pessoas
em uma empresa são a chave para o crescimento, o desenvolvimento e o sucesso
desta, e que nos dias de hoje o gerente tem que ter habilidade para tratar com
as pessoas e promover a participação não descuidando das relações
interpessoais.
Na Enfermagem uma vez que nosso trabalho é desenvolvido por mais de uma
categoria profissional, e ocorre através de ações hierarquizadas que são
distribuídas segundo graus de complexidade, pressupõe-se que se tenha um
trabalhador _ o enfermeiro _ melhor preparado que garanta a unidade e
organização desse trabalho coletivo e que seja capaz também de planejar e
desenvolver novos processos, métodos e instrumentos. Além disso, o mercado
profissional espera do enfermeiro uma capacidade para trabalhar com conflitos,
enfrentar problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar
mudanças, com estratégias que o aproximem da equipe e do cliente, contribuindo
para a qualidade do cuidado, ou seja, espera-se do enfermeiro uma capacidade
para gerenciar.
A função gerencial do enfermeiro é um fato e também recebe as influências de
determinantes sócios, políticos, culturais e econômicos, ela não pode ser
compreendida como um trabalho isolado, ela é um processo que depende de uma
ação cooperativa de um grupo de pessoas, além disso, ela não é neutra, podendo
assumir a posição de manutenção, reforma ou transformação, mas apesar disso não
se pode dar a ela o papel principal e único dessas transformações(2).
Ela pode ser conceituada como sendo um instrumento capaz de política e
tecnicamente, organizar o processo de trabalho com o objetivo de torná-lo mais
qualificado e produtivo na oferta de uma assistência de enfermagem universal,
igualitária e integral(3).
Além disso, a crise do paradigma gerencial tradicional já chegou até nós _
enfermeiros -, estamos evoluindo nas ciências da administração uma vez que já
não somos mais apenas fieis seguidores das teorias clássicas, funcionalista,
das relações humanas e até contingencial, não nos satisfazemos mais apenas com
as ações de vigiar as atividades rotinizadas dos profissionais de nível médio e
elementar ou em estar auxiliando outros profissionais(1).
Na enfermagem, nos dias de hoje, falamos em gerência de unidade que consiste na
previsão, provisão, manutenção, controle de recursos materiais e humanos para o
funcionamento do serviço, e gerência do cuidado que consiste no diagnóstico,
planejamento, execução e avaliação da assistência, passando pela delegação das
atividades, supervisão e orientação da equipe.
E este tem sido o grande dilema da enfermagem, e dos enfermeiros, qual função
gerencial devemos estar assumindo?
Assim o gerenciamento do cuidado não vem sendo realizado pelos enfermeiros e
muito menos é cobrado pelas organizações, que cobram muito mais do enfermeiro o
gerenciamento das unidades de trabalho. Para esta autora ainda estas novas
frentes de trabalho que se abrem para o enfermeiro, necessitam ser visualizadas
mais como novas possibilidades de intervir na assistência, em seu aspecto mais
global, que como disfunção profissional, considerando que a participação nos
níveis decisórios mais elevados significa, também maior possibilidade de
intervenção(5).
Na prática, entretanto, enquanto enfermeiros desempenhando a função gerencial,
as gerências da unidade e do cuidado estão associadas, uma vez que o enfermeiro
ao gerenciar recursos em geral deve estar voltado para o processo assistencial
e não pode perder de vista a qualidade da assistência.
Neste sentido, tornar disponíveis os recursos necessários, preparar a equipe
para oferecer uma assistência de qualidade, realizar auditorias com a
finalidade de alimentar as ações educativas e a revisão dos processos,
controlando a qualidade do cuidado oferecido ao cliente, é uma forma bastante
atual de gerenciar o cuidado de enfermagem.
É preciso que pensemos novas tendências e possibilidades de gerência em
enfermagem e nesse sentido faz a seguinte proposição: substituição de uma
posição normativa, para uma postura de experimentação e busca do novo; investir
nos recursos humanos, e no trabalho em equipe que tem se mostrado o caminho
certo para o aumento da produtividade com qualidade e a satisfação dos
trabalhadores; utilização do tempo para desenvolvimento de relações
interpessoais ao invés da utilização do tempo com papéis (burocratização);
repensar a assistência de enfermagem de forma a desenvolver ações específicas
de enfermagem e de controle de risco, que efetivamente respondam às
necessidades da população, de modo a que as ações administrativas e pedagógicas
do enfermeiro também possam se inovar; caminhar na direção de um modelo de
organização do trabalho em que o enfermeiro não esteja no ápice da pirâmide,
mas no centro de uma rede de decisões, onde haja participação (palavra chave
quando se propõe a uma mudança nos modelos de gestão) efetiva de todos _
trabalhadores e usuários - ; buscar a flexibilização através do rompimento com
organogramas rígidos e com estruturas verticalizadas onde haja a centralização
do poder, colocar a decisão o mais perto possível do local da ação, atribuindo
a decisão sobre os meios aos responsáveis pelos fins e desta forma
descentralizando a decisão, e também a execução; administrar políticas, através
de enfoque estratégico, visão global, perspectivas em longo prazo, construção
de consenso, convencimento, compromisso, ética e transparência.
Temos consciência de que estas propostas de mudanças não são simples, tão pouco
fáceis de serem conseguidas, e não temos a ingenuidade de acreditar que basta
listá-las e discuti-las em sala com nossos alunos para que se tornem uma
realidade, mas acreditamos que são horizontes, profissões de fé e como tal, é
preciso que tenhamos a coragem de lutar por elas.
Temos a nosso favor toda a proposta de mudança do modelo assistencial porque
vêm passando o nosso País sendo que a este respeito Silva et al (1993) afirmam
que "o novo modelo assistencial, que vem sendo implementado, demanda um
profissional crítico, que além da competência técnica também dê conta da
dimensão política do trabalho no setor saúde, e que além das questões
biológicas e individuais, busque compreender e assistir aos homens, mulheres e
crianças em suas dimensões sociais, econômicas, culturais, familiares,
afetivas, verdadeiramente humanas, com intuito de desenvolver um serviço que
atenda às necessidades de saúde e contribua com o fortalecimento da cidadania e
democracia brasileiras".
Assim para nós a gerência em enfermagem tem que ser compreendida como um
instrumento que contribua efetivamente para que a assistência de enfermagem se
torne um modelo de produção de serviço, que seja capaz de garantir qualidade
para toda a população(3).
3 Da teoria à prática: uma construção possível através dos próprios alunos
Tendo como linha de pensamento as reflexões apresentadas, como traduzi-las em
ações concretas para os nossos alunos no campo de prática?
Essa inquietação fez com que buscássemos nos campos de prática uma maior
relação entre a teoria e a prática.
A experiência que estaremos relatando vêm sendo desenvolvida desde 2002 e diz
respeito a um dos grupos de prática da Disciplina que utiliza como campo uma
Unidade Básica de Saúde.
Esta UBS não possui o programa de saúde da família implantado, seguindo o
modelo tradicional de assistência com atendimento médico de clínica médica,
pediátrica e ginecológica, atendimento odontológico e atendimento de enfermagem
na administração de vacinas, medicamentos, realização de curativos,
nebulizações, coleta de material para exames de modo geral. Além disso, são
realizados grupos de hipertensos, direitos reprodutivos e para crianças
desnutridas. Estão cadastradas na Unidade cerca de 2000 famílias. A equipe de
enfermagem é composta por 04 auxiliares de enfermagem e uma enfermeira que
desempenha também a função de gerente da unidade.
Ao chegarem na Unidade os alunos possuem um roteiro para conhecimento do campo
que eles mesmos construíram em sala de aula, este instrumento os auxilia a
iniciar uma aproximação com o serviço, com a equipe e com os usuários. Além
disso, são estimulados tendo por base a proposta do Sistema Único de Saúde, a
estar conhecendo todos os recursos da comunidade, sociais e de assistência de
saúde.
O conhecimento da realidade objetiva possibilita que estes alunos iniciem o
processo de planejamento administrativo, com o levantamento de situações que
necessitam de intervenção, o que é feito conjuntamente com a equipe de saúde e
a comunidade.
Uma dessas situações levantadas foi à pequena procura dos adolescentes da
comunidade à unidade, aliado a falta de um programa especifico de assistência
aos adolescentes na UBS.
Mas como intervir nesta situação se a unidade, como uma decorrência do contexto
sócio, político e econômico por que passa o nosso país, vive uma situação de
falta de recursos humanos, materiais e técnicos? Além disso, a equipe de saúde
se encontra desmotivada, desestimulada, frente há um sistema de saúde que não
responde as necessidades dos profissionais e da população carente?
Aliada a esta situação outras muito parecidas com esta, cuja intervenção requer
um amadurecimento, e a compreensão de que a solução de questões desta magnitude
e amplitude devem ser pensadas como um processo que é histórico e dialético,
fazem com que nossos alunos também se sintam desmotivados, desestimulados e
descrentes das possibilidades que uma administração da situação pode estar
apontando.
Entretanto, em uma visita ao bairro, o grupo de alunos da Disciplina teve a
oportunidade de conhecer a Escola Estadual, e estimulados pela supervisora do
campo de prática puderam perceber este como sendo um excelente espaço para o
trabalho com os adolescentes.
A partir deste primeiro contato e uma vez que a direção da escola e da UBS se
mostraram totalmente abertas para o desenvolvimento de um trabalho articulado
escola/UBS/alunos de enfermagem, o grupo de pratica começou a construção de uma
proposta de trabalho que tivesse como meta a intervenção na situação problema
levantado anteriormente.
Para elaborar a proposta foi necessário que o grupo se articulasse em torno de
um objetivo comum, e, além disso, eles tiveram que exercitar a liderança no
grupo, a tomada de decisão e o planejamento passou a ser o instrumento base
para a implementação da ação, desta forma de um mero grupo de campo de prática
eles começaram a se articular como uma equipe, para que pudessem dar conta do
objetivo.
Os conteúdos de outras disciplinas do curso tiveram que ser buscados, tais
como, o conteúdo de Saúde da Criança e do Adolescente, de Saúde da Mulher entre
outros.
E este processo de trabalho não ficou restrito a este grupo que teve a idéia
original. Assim, até o momento já foram realizadas 10 atividades educativas na
escola pelos alunos como parte da Disciplina de Administração II.
Cada grupo de prática elabora um plano de atividades, que passa pela definição
do objetivo a ser alcançado, escolha da turma e método para levantamento do
tema a ser trabalhado, escolha dos recursos para o desenvolvimento e avaliação
do trabalho educativo.
Em seguida, eles vão para campo, e desenvolvem a ação planejada, retornam para
a Unidade Básica, e avaliam os resultados alcançados, as dificuldades
vivenciadas, elaborando um relatório sobre o desenvolvimento da atividade.
Cada grupo deixa assim para o próximo, um relatório que norteia e estimula a
continuidade do trabalho entre os grupos.
4 Exercitando a administração em enfermagem através de uma prática concreta: a
educação em saúde.
Através desta atividade possibilitamos aos nossos alunos a compreensão de que
realizamos um trabalho, para pessoas com e através de pessoas, ou seja, nós
enfermeiros, na enfermagem não atuamos isoladamente, trabalhamos com outros
profissionais, temos que estruturar o nosso trabalho, a nossa ação juntamente
com esses trabalhadores. Que o processo saúde-doença tem que ser entendido como
um conceito mais amplo e que, portanto contempla aspectos como, condições de
trabalho, de vida, de educação, entre outros.
A enfermagem passa a ser assumida como um trabalho, e como tal tem um objeto,
meios e instrumentos e uma finalidade a ser alcançada.
Os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de graduação se tornam
instrumentos que permitem aos alunos atuarem sobre o objeto de trabalho para
transformá-lo na direção da finalidade.
Neste âmbito, a administração em enfermagem, passa também ser vista como mais
um instrumento ou meio, para atuação em enfermagem.
Além disso, ela deixa de ser compreendida como uma atividade dicotômica em
relação à assistência de enfermagem, e função restrita, unicamente, a
realização de atividades burocráticas, para ser entendida como sendo uma
atividade que possibilita a base para o assistir.
Pois Administração em Enfermagem "é uma forma de organização do trabalho do
enfermeiro adequado à realidade, não dicotômica onde o administrar é subsídio
para o assistir(6).
A compreensão de que assistência e a administração em enfermagem andam de mãos
dadas, são as faces de uma mesma moeda, deixam de estar presentes apenas no
campo teórico para fazerem parte da prática dos alunos, uma vez que o
desenvolvimento da intervenção na escola junto aos adolescentes, só é possível
pela articulação dos conhecimentos adquiridos durante o curso como um todo.
Assim, a administração em enfermagem passa a ser vista como uma função inerente
ao trabalho do enfermeiro, pois para que se possa realizar qualquer
procedimento em enfermagem é necessário que se pense, se avalie a ação a ser
desenvolvida, que sejam providenciados os recursos para a realização da
atividade, que o ambiente seja preparado para tal, enfim que os conhecimentos
da administração sejam colocados em prática.
Sabemos, que não é apenas o desenvolvimento desta atividade _ a educação em
saúde com adolescentes na escola _ que leva a estas reflexões, mas temos a
certeza que ela contribui e estimula este processo, o que pode ser observado
por algumas avaliações retiradas dos relatórios elaborados pelos alunos como
podemos ver a seguir:
Percebemos a necessidade da continuidade desta atividade para maior
interação entre esses adolescentes e jovens da escola com a UBS, bem
como para ampliar seus conhecimentos instigando-os a uma visão
preventiva. Além disso, o crescimento profissional sem dúvida foi
relevante.
Para nós foi uma experiência interessante, pois em muitos momentos
tivemos que vencer o cansaço causado pela agitação.
Para nós, a atividade foi muito positiva porque tivemos a
oportunidade de atuar em educação para saúde e estreitar o contato
com a população do bairro. O cansaço, ocorrido em alguns momentos
serviu para exercitarmos o trabalho de grupo.
Consideramos ter sido bastante proveitosa à oportunidade de atuar,
conhecendo o cotidiano da escola e correlacionando o comportamento
dos alunos dentro do ambiente escolar com o contexto sócio-econômico-
cultural no qual estão inseridos. Encontramos no decorrer de nossas
atividades situações distintas e inesperadas, que nos forneceram
oportunidades de replanejar as ações adequando-as ao contexto, o que
contribuiu para no enriquecimento e preparo para nosso futuro como
enfermeiros.
Além disso, é importante estar ressaltando, o quão importante tem sido a
realização desta atividade para os professores e alunos da escola, uma vez que
todas as avaliações realizadas até o momento foram positivas, sendo que tanto
professores como alunos solicitam a continuidade da atividade.
Na UBS, não tem ocorrido um aumento da procura dos adolescentes pela Unidade,
em decorrência da realização da atividade, mas isto não tem sido visto pela
equipe como algo negativo, ao contrário todo e qualquer trabalho realizado fora
dos muros da UBS, são vistos com muito bons olhos, principalmente os trabalhos
educativos com caráter preventivo, pois ajudam a diminuir a demanda espontânea
que é grande, e da qual os profissionais nem sempre conseguem dar conta.
Para finalizar, gostaríamos de estar ressaltando que está tem sido apenas mais
uma das várias atividades que vimos realizando conjuntamente com os alunos no
campo de prática, mas que consideramos importante estar socializando esta
experiência com outros colegas pelas possibilidades ilimitadas que o
desenvolvimento desta atividade tem mostrado.
Principalmente no que diz respeito à contribuição para a construção de um
sistema de saúde que articule vários serviços de uma mesma comunidade, como a
escola e a UBS, estimulando este conceito e esta prática junto aos nossos
alunos.