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BrBRCVAg0100-29452003000300051

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variedadeBr
ano2003
fonteScielo

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Pré-resfriamento de maçã (Malus domestica Borkh.), cv. Fuji, em função da temperatura e velocidade do ar COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS

Pré-resfriamento de maçã (Malus domestica Borkh.), cv. Fuji, em função da temperatura e velocidade do ar1

Precooling of apples (Malus domestica Borkh .) cv. Fuji, as a function of the temperature and velocity of the air

Maria Ivete de Freitas LouzadaI; Ivan SestariII; Arno Bernardo HeldweinIII; Auri BrackmannIV IEngª Agrª MSc. Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul, E-mail: smaic@farrapo.com.br IIEng° Agr° Departamento de Fitotecnia, NPP/UFSM, E-mail: isestari@bol.com.br IIIOrientador Prof. Titular do Departamento de Fitotecnia, CCR/UFSM, E-mail: heldwein@creta.ccr.ufsm.br IVCo-orientador, Prof. Adjunto do Departamento de Fitotecnia, CCR/UFSM, 97105- 900, Santa Maria-RS, E-mail: brackman@ccr.ufsm.br. Autor para correspondência

O pré-resfriamento é uma das mais importantes etapas pós-colheita que consiste na remoção rápida de calor do campo dos frutos antes do armazenamento, processamento ou comercialização (Hardenburg et al., 1986). A maioria das câmaras de armazenagem não possui suficiente capacidade de refrigeração e nem o movimento de ar com velocidade suficiente para efetuar um resfriamento rápido dos produtos recém armazenados. Desta forma, o pré-resfriamento, geralmente, é uma operação separada e que necessita de equipamentos de maior capacidade de refrigeração.

O Brasil, apesar de ser um país tropical, dispõe de poucos pré-resfriadores comerciais. Além disso, pela falta de conhecimento dos produtores, o armazenamento ainda é feito de forma bastante precária e o pré-resfriamento dos frutos geralmente não é efetuado. Este fato, juntamente com a entrada de novas cargas ainda não resfriadas na unidade de armazenamento, faz com que o processo de resfriamento na câmara seja muito demorado e irregular, principalmente em função da oscilação da temperatura. Segundo Thompson et al. (1998), todos os produtos frescos podem ser resfriados com ar forçado, mas esse processo é comumente mais usado para frutas frescas e flores de corte. De acordo com Warrington & Weston (1990), uma das vantagens do pré-resfriamento por ar forçado é que o processo pode realmente ser integrado na cadeia normal de manuseio pós-colheita. Dependendo do produto e da capacidade do ventilador, o método é quatro a dez vezes mais rápido que o resfriamento na câmara de armazenamento (Boyette et al., 1989).

A desvantagem do ar forçado é que o resfriamento é usualmente mais lento que os outros métodos, exceto em relação ao resfriamento na câmara, e pode causar excessiva perda de água em alguns produtos, em função, principalmente, da umidade e da velocidade do ar de resfriamento. Hardenburg et al. (1986) afirmam que a média da temperatura do produto durante o processo de pré-resfriamento segue o padrão em que a taxa de redução da temperatura está relacionada com a diferença de temperatura entre o produto e o ar de resfriamento. necessidade de mais pesquisas sobre a melhor utilização do pré-resfriamento com ar forçado, para as condições brasileiras, sendo pouco realizado devido ao desconhecimento das técnicas mais adequadas ou a falta de equipamentos apropriados. Nesse sentido, objetivou-se testar o efeito da temperatura e velocidade do ar no pré- resfriamento de maçãs, cultivar Fuji.

O experimento foi conduzido no Núcleo de Pesquisa em Pós-Colheita do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (NPP/UFSM).

Utilizou-se uma câmara frigorífica, onde foi montado um túnel para pré- resfriamento com ar forçado, com capacidade para comportar três caixas plásticas, cada uma contendo 22kg de frutos. O túnel constou de uma caixa de 2,25m de comprimento, 0,63m de largura e 0,35m de altura. O fluxo de ar forçado através do evaporador, foi conduzido até a entrada do túnel por um ducto de 0,40m de diâmetro e 1,0m de comprimento. Maçãs da cv. Fuji foram selecionadas e colocadas em 9 caixas plásticas. Após a classificação, as amostras foram deixadas por 12 horas em câmara regulada na temperatura de 26,60C para homogeneização da temperatura dos frutos, a qual, no momento de serem levados ao túnel, ficou em torno de 25,00C. As amostras dos frutos utilizadas nas determinações foram constituídas de uma caixa de frutos. O experimento foi composto de 27 amostras experimentais de 22kg, decorrentes de nove tratamentos, com três repetições, avaliando-se a combinação de três temperaturas (-10C, -20C ou -30C) e três velocidades do ar refrigerante (1m.s-1, 2m.s-1 ou 3m.s-1). A temperatura, estabelecida para cada tratamento, foi monitorada com termômetro digital, com sensor localizado na frente da primeira caixa. A velocidade do ar de resfriamento foi regulada pela abertura do defletor fixado na entrada do túnel e monitorada por um anemômetro digital, colocado após a 3a caixa. Foram utilizados dois termômetros digitais portáteis com cinco sensores cada, inseridos a 2cm de profundidade, os quais foram utilizados para medir a temperatura na polpa das maçãs em diferentes posições no interior das 3 caixas, bem como a temperatura do ar na entrada e saída do túnel. As temperaturas dos 10 sensores foram checadas a cada cinco minutos, até a temperatura da polpa atingir cerca de 5,00C, quando se encerrava o tratamento.

Os resultados de diminuição da temperatura das maçãs estão representados nas curvas de variação da temperatura com o tempo (Figura_1). Ressalta-se que nem sempre foi possível manter a temperatura do ar de refrigeração prevista para o tratamento no início do processo. Isso ocorreu porque enquanto era instalado o tratamento, a temperatura no interior da câmara fria aumentava devido a ventilação estar desligada, a entrada e saída de pessoas, após concluírem o tratamento. De acordo com Yun et al. (1995), o calor a ser retirado é a soma do calor liberado pelo produto, pelo ventilador, das embalagens, das pessoas e da respiração do produto. Observando-se as curvas de resfriamento verifica-se que (Figura_1) o aumento da velocidade do ar refrigerante é mais eficiente que a redução da temperatura desse ar. Portanto, o tempo de resfriamento é mais dependente da velocidade do que da temperatura do ar de entrada no túnel.

Observa-se que ocorreram diferenças no tempo de resfriamento em função da velocidade do ar, a qual variou de 35 a 50 minutos para a maior velocidade (3m.s-1) e 75 a 85 minutos para a menor velocidade (1m.s-1). Esta variação de tempo ocorreu em virtude da temperatura do ar refrigerante. Isso confirma a tendência de que a maior velocidade do ar de resfriamento implica em um resfriamento dos frutos mais rápido. Não houve alteração considerável no tempo de resfriamento proporcional às temperaturas do ar utilizadas (Figura_1). O tempo aproximado de resfriamento variou de 35 a 80 minutos, para a temperatura mais baixa (-30C) e de 40 a 85 minutos, para a mais alta (-10C), conforme a velocidade do ar utilizada (Figura_1). Este resultado está de acordo com Thompson et al. (1998), que afirmam que o aumento no fluxo de ar reduz o tempo de resfriamento. Na temperatura de -1°C, o resfriamento foi maior nos primeiros 5 minutos, com a velocidade de 2m.s-1 em relação a 3m.s-1 o que pode ser atribuído às diferentes posições das maçãs na caixa, nas quais foram colocados os sensores ou outro erro experimental.

O decréscimo da temperatura dos frutos é maior e o tempo de resfriamento diminui com o aumento da velocidade do ar de 1m.s-1 para 3m.s-1 e a redução da temperatura do ar refrigerado de -1ºC para -3ºC. E que o decréscimo da temperatura e o tempo de resfriamento são mais dependentes da velocidade do ar de refrigerado do que da temperatura do ar na entrada do túnel pré-resfriador.


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